Sunday, February 10, 2013

A minha confusa prosa...

Não sei para onde olhar
Sinto a solidão a abraçar-me
Sinto-te a fugir a sete pés
Sinto-me oco e frio

Incapaz de ficar só
Incapaz de evitar-te
Incapacitado e deficiente
Deficiente e egoísta

Uso os que amo como canadianas
Manter erguidos o meu corpo e cabeça
Estabilizar o meu humor
Segurar as minhas lágrimas

Mas basta um segundo
Basta um vislumbre
Basta uma palavra tua
Sem sequer ser proferida

E todo o esforço egoísta
Toda a força acumulada
Tudo se torna vão
E desequilibrado escarrapacho-me

Inutilizado e imóvel
Petrificado e dorido
Rachado por dentro
Manchado de mágoa

Peço que o tempo me esqueça
E que me faça esquecer
De todo aquele que me esqueceu
Ou que fez por isso

Peço ao tempo tempo
Que seja pouco
Que me dê alento
Suficiente para viver

Pois as cortinas da morte começam-me a iludir
Sua voz suave e doce apela-me todos os sentidos
Seduzindo-me e tentando-me como nunca antes havia feito
E com todos os dentes que ainda lhe restam na boca, sorri-me...


Didacus, 10日2月2013年

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