Thursday, August 23, 2007

Eu e o tempo/Sonhos de cristal

Vestindo túnicas de magia, disfarçando-me de mago extremamente sábio e sensato, vou magicando feitiços e ofícios...
Perdido em páginas de livros que nunca li, deixo o meu bichinho escapar por entre os dedos sem me aperceber... e ele corre velozmente sorrindo, feliz, mas simultaneamente arrependido...
Vou-me perdendo em hábitos, vícios, mudanças, eras, caprichos, atitudes e paro!
Vejo-me diante do meu colossal espelho de cristal...
Vejo-me diferente, distinto de tudo o que sonhei, de longuíssimos cabelos de prata reluzente, ainda fortes, vistosos e elegantes que, divertindo-se com os ventos e brisas numa dança graciosa e sedutora, revelam imponente sapiência inalcançável, mas no entanto não há mais nada, nem ninguém... Com longuíssimas túnicas, de linhas orientais que fariam corar todo e qualquer 着物, todas elas brancas como a neve e de outras cores e temas alvos e brilhantes,... Miro o meu olhar de cor cega e incandescente, minhas mãos sem qualquer sombra das eras passadas sobre elas, prolongando-se em garras soberbas como finos, mas gigantes agulhões cuja beleza é simplesmente inexplicável...
Mas falta algo em mim...
Algo que não noto, mas sinto que falta...
O bichinho, o meu bichinho!
Onde pára o meu bichinho?!
Meus reluzentes cabelos que serpenteavam nos ares, moviam-se da mesma forma em terra como rios, prolongando-se até ao infinito... minhas túnicas e meu corpo começam levemente a rodopiar e a flutuar e em instantes transformo-me em furacão omnipotente e percorro todas as terras e mares, formando tornados, turbilhões, tufões, destruindo tudo o que se me atravessa e ao deitar olho, lanço minhas mãos e meu corpo como flecha liberta e vôo sobre minha presa querida...
E ela, ainda que atrozmente assustada, esboça um sorriso de alívio sobre meu peito... e assim que me abraça, tudo o que fora anteriormente destruído ressurge, renasce, reaprecia o seu lugar no mundo e nele prevalece intacto e para sempre...
E, ao retornar para meu reflexo, vejo-me resplandecente com meu bichinho na palma da mão longa... E ambos sorrimos para o mundo...
O espelho parte-se em milhões de pedaços que não chegam a cair, rolando sobre si mesmos, partindo-se mais e mais, até serem pequenas nuvens de pó de cristal e de repente, como se o céu fosse tela, as nuvens em frenesim disparavam ferozmente suas gotas formando uma tempestade de flechas cristalizadas e tudo brilha...
E nós...
Bem, nós desaparecemos...
Ihih...

神亀、2282007

Viúva de Negro e Prata

Vidro, crystal
Deixa-me subir teu pedestal
D‘ouro e marfim
De maravilhas minhas e tuas
Que nunca terão fim…

E passeando nas ruas
Soberbo me vejo
Vestido de elogios e cumprimentos
Escondendo corpo de cicatrizes e sofrimentos
Soprando ao vento um beijo

Que da boca me sobejam
Palavras doces e suaves
Em canções ternas, tua boca beijam
E admiram-te
Guardando de teu coração todas as chaves…

Não te tenho perto
Nem longe de mim estás
Sinto o desejo de teu corpo desperto
O fervor e amor que tens para me dar
E que seguramente me darás…

Vejo-te sóbrio
Iluminado e com o sol nos olhos
Abraçando-me no vazio
Sozinho, mas comigo
Num nó difícil de desatar…

Vejo-te
Beijo-te
Amo-te
Mato-te
E és meu…

神亀、18日8月2007年

Pedaços de corpo

Pegadas deixadas para trás
Passos dados esquecidos
Na areia branca,
Na alva espuma apagados
Passos jamais recordados…

Troços de corpos jazem
Perdidos, desfeitos, destruídos,
Misturados em areia e sal…
Quebrada a resistência gerada
Contra seu mundo
Para sua sobrevivência…

Lembram-me a mim
Lembram-me a nós
A tentar resistir ao mundo
Que nos mata,
Que nos fere,
Destrói e desfaz
A resistência é quebrada
E o mar recolhe o espólio
Para o mundo que não o nosso
Em alvas espumas e areias desconhecidas…

Partes d’alma vagueiam
Em bolsos alheios,
Em colecções soberbas
De museus ou pescoços…
Pedaços de corpo
Pedaços de adorno
Pedaços de espírito morto
E renascido
Em simbolismos que apenas
E unicamente
Outros corações codificam
E em si os cravam
Como tesouro intocável…

O tesouro despedaçado,
Maculado pelo mundo…
Que se torna pedaço de céu…
Pedaços de paraíso…
Pedaços de felicidade e emoção…
Pequena atenção
Dada,
Ofertada
Com intuito não oportunista,
Mas sim de felicidade recíproca
E quem sabe,
Eterna…

神亀、18日8月2007年




Notes:
este texto foi baseado na inspiração dada por uns bokados de conchinhas mto bonitas e grandes k enkontrei na praia do meko^^

Tuesday, August 7, 2007

Saboreando chocolate…

Enquanto me delicio
Numa varanda ao pôr-do-sol
Dançando pensamentos vadios
Vagabundeando em prazeroso mundo…

Sabor de prazer e sucesso
Sabor de Afrodite e sexo
Sabor a sossego e paralisia
De sensações agitadas e frenesins
De dores ou mágoas que não queria…

Voam labaredas de um aroma quente
Sinto no paladar fenómenos
Inesquecivelmente bons, breves
Como eventos de felicidade
Que parecem duradouros, não sendo
Que fazem vibrar o espírito ausente…

Abro os olhos adormecidos
Lambo os dedos,
Saboreando os últimos troços
De breve felicidade…
E assim desperto
Adormecendo os sentidos
E acordando para a realidade
Vendo-te a ti, deliciado ao meu lado…

神亀、23日7月2007年

Monday, August 6, 2007

神Kadeado

shin Kadeado
(Kadeado divino)


Fechadura, fechadura
Que trancas a vida dura,
Todo o tempo, em ti perdura
Nem a mais certa chave te fura
E abre…

Alouquete, alouquete
De aço puro, sem verdete,
Pequeno grande lembrete
Guardas segredos, teu dono vê-te
E confia…

Chave, chave
Se certa, entras sem entrave,
Pois não há quem te trave
De abrir a vida das aves
E do mundo…

Selo inquebrável, intocável
Guardião solene de túmulos
Onde jazem segredos e mistérios
Cadáveres centenários ou de milénios
Milenar é tua segurança
A tua confiança
Tua frieza
Que para sempre ficará calada
Até teu dono te ferir…
De prazer…
Para seu prazer…

神亀、5日8月2007年


Note:

isto, pa kem m konhece da net, deve ser engraçado, né? xkrever um poema sobre o nick k sempre usei...... Kadeado... um nick usado à kuase 3 anos XD XD XD enfim... não sei bem pkê nem pk não, mas é estranho até pra mim esta faceta egocentrika sobre um espirito d baixa auto-estima... será uma forma de disfarçar, ou de m valorizar? seja o k for é giro ihih^^

hugz,
shin^^

泣いてる/泣かないで

Naiteru/Nakanaide
(O chorar/Não chores)


Memórias
Nostalgias
Que ficam e retornam
Aos olhos de quem as guarda…

Pesos
Levezas
Que se carregam e aliviam
Da mente que os liberta…

Pequenas fontes de cristal
Que em raras eras flúem
Que em raros fenómenos
Pequenos rios se fazem serpentear…

Flechas
Lanças
Que trespassam mil paredes
Atingindo um só coração…



Que com a pele se confundem
E em minúsculas cascatas caem…



Pequenos cofres de gigantes confissões
Pequenas senhoritas da alegria e tristeza…

Não corram pequenas 涙
Não por quem não precisa
Não por quem não vos merece
Não por quem não importa…
E que nunca importou…
E que nunca importará…

Minhas pequenas 涙
Não sequem minhas fontes de cristal
Não por quem não merece, nem importa
Não por quem me fez, faz e fará mal…

神亀、29日7月2007年




Note:
涙 = namida (lê-se námidá) = lágrima(s)