Monday, December 31, 2007

Coração de remendos...

É como se fossem dando pontos no meu peito... como se o tivesse descosido ou rasgado... o estranho é que já tinha remendos... ou parecia ter... não sei...
Parece que... parece que estou triste, mas sinto-me feliz... só que... tento dizer a mim mesmo que me sinto feliz, só que não sinto... não escorrem lágrimas, mas também não me sinto de todo animado....


É estranho...
Uma simplicidade de complexos quase paranóica e ao mesmo tempo pachorrenta e aborrecida... não sei o que tenho por dentro... tenho as portas abertas ao mundo, mas ninguém quer entrar... e quando quero sair, saio logo pela porta errada... impressionante, mantenho-me em casa para pensar por onde devo ir e assim que saio vou logo pelo caminho errado...

Vão dando pontos aqui e ali... sem começo ou fim certos... e ao fim fica uma parafernália de remendos mal cosidos que acabam por se rasgar, fazendo com que eu perca a capacidade de notar o que é perda de tempo... Depois com os cortes e trespasses de flechas, vão-se criando outros rasgões que acabam por se tornar marcas únicas e intemporais...

Sinto-te tão perto de mim... tão perto da minha face... como se ambos admirássemos uma presa a capturar no papel... em traços suaves ou duros... o teu respirar quente sobre o meu ouvido...
Miro-te intensamente e tu a mim e é como se sentisse a tua alma como um gigante que se quer apoderar de mim em gestos ternos, e a minha, pequena, lhe fizesse frente com um leve empurrar e um sorriso...
E é como se um sorriso, tanto meu como teu, nos fizesse afastar...

Agora vou dando eu pontos... ao rasgão que me fizeste sem quereres, com os teus suaves e calmos gestos de ser tranquilo que inquieta o meu pequeno coração...

E assim sei que te perdi, sem nunca te ter tido... e sinceramente não sei como me sinto... se triste... se feliz...
Enfim... vou apenas remendando... até ao próximo rasgão...
Permanecendo assim de portas abertas... até pra ti... as minhas pequenas grandes portas do meu pequeno coração...

神亀、31日12月2007年

Amor Impossível 2

(Desejo de paixão)


Jeito suave, de seda, tão calmo que quase adormeço...
Gesto calmo, tranquilo, tão sereno que quase me apaixono...
Olhos de gato, infiéis e letais, mas sedutores que me arrebatam o coração, sendo o olhar flecha fatal que perfura e que nunca mais cura...
Calor e suor que alimenta a intensidade do meu prazer, com ênfase, cresce infinitamente e nunca acaba, ouvindo-se apenas o meu suplicar pelo clímax final, o êxtase quase mortal... mas extremamente delicioso...
Iguaria provinda de coisas imateriais que se materializam numa explosão e sucessão de acontecimentos...
Um transe, uma hipnose inevitável e impossível de quebrar...
Vil réptil com toques e beijos de anjo que me fazem estremecer de dor e paixão... louca tentação boa de se sentir...
Um manto de corpo com que sempre me quis cobrir, adormecer, despertar, viver e morrer e seguir eternamente num mundo de infinito... Sem qualquer tipo de saturação...
Fantasias e feridas expostas dum desfigurado coração, expostas a todo e qualquer ladrão disposto a roubá-lo como peça rara dum mercado negro...
Olhos de gato, infiéis e letais, capazes de me capacitar acções que até hoje nunca me pareceram tão surreais...
Tudo para os cativar...
Tudo para sentir um gesto de seda e veludo que me hipnotiza para todo o sempre...

神亀、22日12月2007年

Thursday, December 6, 2007

Not for your ears

I try to put myself together...
But everytime I look to the world, once again I realize that I don't belong here...

Sometimes I wanna cry, but even my tears are abnormal and just won't run away from their shelter... Leaving me dry inside out...

I...
I...
Who am I?

There are no more words to describe me or what I'm feeling...
I've been trying to convince myself that I'm gonna go through all of this, but... Am I?
Since neither heaven or hell are for me... I'm destined to roam around in pain forever...
Just hope I don't bring anyone with me...

...
For now...

神亀、5日12月2007年

Dream Eater

Like the shadows, it comes unnoticed...

It's like the night, it comes everyday, it covers us with a blank hand and fills all with unpleasant feelings... and it waits... until it's all gone...
A raw reality...
Happiness eludes us, envy and ambition corrupts us...
And they wait... until it's all gone...
Like a partnership of human annihilation feelings...

I enter the reign of perfection and calmness...
I wonder around a world where nothing can get me...
I feel an intention-free happiness and wait for nothing in concrete...
I just fell asleep...

A key is put...
A lock is opened...
A door slams rudely away...
And everything is broken and sucked so violently into an enormous void...
The mouth is closed...
And I'm left behind, cursing away the dream eater...

...
And I wake up and I'm put with everyone else...

神亀、5日12月2007年

Saturday, December 1, 2007

Quarto 23

Loucura nocturna
Moleza diurna
Réstias de uma vida a começar
Terminando ao revelar que está muito pra contar...

Versos de discórdia e alegria
Num chaos que soa bem aos nossos ouvidos
Numa melodia extremamente expressiva
Que explode no espaço
E se torna imortal...

神亀、28日11月2007年



Note:
Isto é, nada mais, nada menos, que a descrição duma forma metaforikament hiperbólika fantabulastikament.... blah blah blah... epah, tipo, é o k s sente e vive num espaço k só kem lá entra dentro entende...


Oktoman(a.k.a. Macho Alfa) & Diogo-san(a.k.a. Ricky Martin)
Quarto 23 ROOOOCKZ!!!
XupaMos!!

Monday, November 26, 2007

Obs

(observações)


Depois de muitas experiências, depois de muitos olhares, depois de sucessivas tentativas para se conseguir entender o que se passa em redor, eis que surgem resultados...
Vou olhando e reparando em jovens mais jovens do que deveriam ser, não de idade ou aparência, mas de cabeça... Contudo conseguem ser bastante sensatos, ainda que seja sol de pouca dura...
Vivem em torno de alegrias momentâneas, falsidades discretas e subtis, ingenuidades infantis e faltas de paciência quase ridículas... Paixões estranhas e quase secretas e superficiais, mas sempre com o desejo de amor eterno e leal, mesmo não fazendo nada para que esse milagre aconteça...
Vê-se maturidade firme no agir, porém imaturidade extrema quase de imediato num pequeno (ou grande) acto de revolta contra algo ou alguém ou algo de alguém...
É uma fase de transição estranha, lenta, peculiar, produtiva, com sofrimento inútil desnecessário para se aprender... É uma era de "descomplexos" muito complexos e vice-versa que vão justificando muitos dos seus actos, palavras e pensamentos...
São seres maduros, egoístas, envergonhados, descomplexados, descontraídos, verdadeiros, falsos, generosos, instáveis...
É uma vida totalmente instável...
Caindo em monotonias e hábitos de rebeldia típica...
Enfim, finishing-teens e recém-adultos...
Como eu...

神亀、22/26日11月2007年

Wednesday, November 21, 2007

Mon frère

Um pintor pega em seu pincel
E solta palavras com voz de mel
E jasmim
E vai-se soltando para mim...
Solta loucuras e amarguras
E recordações sem fim,
Sendo minha mente tela,
Preenchida de pinceladas soltas
Com pigmentos de mel e fel...

Implorando-lhe que pare
Calo-o com um beijo...
Pousando os dedos em mim
Meus ombros ficam dormentes,
Tão leves
Que quase flutuam no ar...
E quase sem conseguir parar
Ele corresponde meu beijar
Voando em céus pintados sem fim

Sinto que ele peca
Contra a sua arte e contra si...
E com certo receio correspondi
A seus medos e infortúnios
Que o levaram a abraçar-me
Para poder matar
Todos os medos e problemas
Para nem se tornarem temas
Que o atormentariam até ao fim

Ventos de Primavera chegam,
Levando o frio Inverno consigo
E todos os problemas e temas
Não-dignos de estar contigo...
Não te quero amar,
Apenas abraçar
E saber
Que nunca me vais abandonar
Nem mesmo após um de nós perecer...

神亀、27日10月2007年

Yume
(o sonho)


Voando pelos céus da noite...
Seguem-me pétalas e brilhantes pós de estrelas...
Sinto-me espirito gigante que cobre os céus e envolve nuvens e brilhos no seu corpo de manta celeste, que nada lentamente em contemplação de sua própria imponência adormecida nos ares...
Na sua boca, um leve sorriso...
Nos seus olhos, o mundo quase que permanece hipnotizado pela serenidade de seu sono...
Soa uma melodia calma e tranquila que auxilia a hipnose e tudo adormece ou pelo menos acalma, ameniza... como uma mão quente que cobre os olhares desvairados das gentes e fecha as suas pálpebras sem sequer lhes tocar...
Agora vejo-me pequeno, vestido de luz e ventos e nuvens douradas e azuis e brancas que culminam nos céus como um véu brilhante e divino... Uma tela de pôr-do-sol inolvidável...
Agora a melodia acalma-se mais ainda e caio do meu vôo lento... Caio a pique e só ouço os rasgares que faço nos mantos de vento que me tentam amparar...
Vejo surgir dos céus três dragões nebulosos...
Três... Dois, de corpos mais delgados, traçam espirais, dançando em volta do terceiro mais corpulento que desce dos céus veloz e ferozmente...
Dragões de ouro e marfim, brilhantes como as jóias de Deus, e repentinamente rodeiam-me e num espectáculo de luzes e nuvens transfiguram-se numa orbe omnipotente que embate atrozmente contra a superfície terrestre... como cometa gigante...
Destrói, despedaça, desfaz tudo aquilo que ali se erguera...
Desperto na minha enorme e profunda cratera, mas dela não saio...
Permaneço quieto...
Sorrio...
Belisco-me...
E acordo...
Com um sorriso hipnotizante de quem acabou de voar sobre os céus...

神亀、21日10月2007年

友達の間

Tomodachi no aida
(No meio de amigos)


Há momentos de desilusão e pura desolação...
Há alturas em que sentimos que estamos perdidos e abandonados...
São pequenos bocados de tempo perdidos, mas cuja perda é simplesmente inevitável...
Sentimo-nos ridículos por não podermos, nem conseguirmos combater esta fraqueza que se rende à solidão...
Sentimos o calor do dia ou o frio da noite, com indiferença a tudo o resto... Fitamos o vazio vezes sem conta sem nos apercebermos, pensamos em nós, nos nossos problemas, nos outros e nos seus problemas, filosofamos sem certeza de nada, mas seguros sempre de alguma coisa...
Sensações estranhas, mas de certa forma invisíveis e indiferentes, como um sonho sonhado por quem ainda permanece acordado...
Sinto indiferença pelo mundo e o mundo por mim, deixando sempre sensação de vazio que parece durar uma eternidade, mas...
No entanto só passaram alguns minutos desta tão longa noite após ter-me sentado à mesa de um bar com um grande grupo de grandes amigos...

神亀、19日10月2007年

嬉しい...

Ureshii...
(Sinto-me Feliz...)


Estou feliz...

Sinto-me de novo alienado, à parte, mas desta vez é diferente...
Sinto-me afastado de meu mundo, sinto que saí do deserto para ir meter-me no meio multidão, alheado do que possam pensar e sem me importar com isso... E sinto-me bem...
Sentimentos concebidos em néctares que nunca ousei provar da maneira que provei, em loucuras que nunca ousei fazer da maneira que fiz, pensamentos e ataques defensivos que nunca ousei cometer da forma que cometi...
Sinto-me lunático e enganado por quem ousou designar Luna a pedras que hoje não me dizem rigorosamente nada...
Sou um pequeno gigante no meio de grandes anões loucos de folias que parecem eternas e que antes nunca pareceram tão perfeitas...
Sinto-me...
Uma musa às gargalhadas dos demais, quando sempre fui estátua para todos eles...
Tropeço num dos palcos da vida e acordo numa vida adormecida pelo sol...
É estranho, mas bom...
Ganhei o gosto e agora tento-me controlar para não exceder estes excessos bons de sentir...
Sinto-me feliz...
Pela primeira vez em anos, sinto-me feliz...

神亀、18日10月2007年

女神ディアナ

Megami Diana
(Deusa Diana)


Repousado na calçada

Fico a venerar-te
Num espaço teu
Que desejava que fosse meu

Minha regente
Minha companhia
Minha amante de noite
Adormecida pelo dia

Venero teu templo
Que perto de mim descansa
Em ruínas adormecidas
Pelo vento e tempo

Tuas caças e magias
Tuas taras e manias
Parecem minhas de natura
Excepto a beleza de teu ser

Alva e fria pele
Alvo e fino olhar
Alvos e longos cabelos
Alvas e magnas túnicas

Despertas minha loucura
Meu eu interior
Tornas-me lunático com ternura
Num frenesim de silêncio

És Luna magna
Imperatriz da noite
Marechal das estrelas
És guardiã de mim...

神亀、17日10月2007年

女神エボラ

Megami Ebora
(Deusa Évora)


Nem o Saara em seu esplendor
Nem Campos Elísios em redor
Nem Roma ou Atenas sequer
Deitam por terra, a beleza desta mulher

Irmã mais nova do Norte
Ganhou vestes e presentes influentes
Na sua cultura e arte, no seu porte
Vêem-se manchas e traços quentes
De influências bem presentes
Debaixo dum tecto eternamente belo

De noite ou de dia ela banha-se
Em banhos d'água fria deliciosa
Húmida d'orvalho e beleza matutina
Calma para o mundo, levanta-se
E numa longa e lenta dança graciosa
Seduz subtilmente todos e termina

Deita seu longo e amado corpo
Sob o tecto escuro e estrelado
Transformando a noite em magia
De breves e deliciosas brisas
Que nos fazem explodir de prazer
E adormecer no paraíso...

神亀、9日10月2007年

O Grito!

(Prefiro viver/Prefiro distinção)


Senhora Dona Morte
Não venhas antes de tempo...
Não tenhas pressa nos teus passos
Deixa-me seguir os meus passos
Deixa-me andar nos meus espaços
Deixa-me viver os meus espaços
Não sejas um contratempo
Senhora Dona Morte

Prefiro a vida
Prefiro tudo
Prefiro sofrer enquanto vivo
Do que descansar enquanto morto
Prefiro tudo
menos morrer

Prefiro matar
Esfolar
Magoar

Prefiro viver
Sentir
Sorrir

Ter hábitos e costumes
Marcas minhas intemporais
Memórias sem negrumes
Cravadas nas mentes
Imagens e visões desiguais

Quero mostrar e revelar
Tudo o que sou
Tudo o que não se vê
Tudo o que sou
A minha presença
Chamem-me egocentrista
Ou ainda narcisista
Sou apenas ninguém
Que quer ser alguém
Não quero transparência
Em momentos de presença

Prefiro viver
Ser distinto
Fugir de padrões e valores
Usar tons e diferentes cores
Em gestos corporais distintos
Com presença curta e grossa

Prefiro viver
Deixa-me viver
Senhora Dona Morte
Deixem-me viver...

神亀、4日10月2007年

Sunday, November 4, 2007

時々...

tokidoki
(Às vezes)

Sinto-me distraído…
Há rios de pensamentos que desaguam numa imobilidade física que perturba, dando sempre ares de ser aparvalhado…
A imaginação parece infeliz…
Parece que é presa quando se quer mostrar e é liberta quando ninguém a quer ver…
Depois, quase que num acto previsível, as palavras voam para todos os lados como tiros no escuro atingindo inocentes e culpados sem os ferir de morte, apenas de riso… ou então simplesmente são ignoradas…
Mas felizmente nem tudo acontece da mesma maneira, o bom de tudo é que há mesmo momentos em que existe expressão, movimento, uma imaginação fértil útil e palavras intencionais de consolo à gargalhada autêntica que, nestas vezes, se solta em todo o seu esplendor…
Às vezes…
Não é nunca, nem sempre…
Tenho de mostrar que não sou perfeito que existem diferenças entre as minhas imperfeições e as imperfeições dos demais, que sou como sou, que gosto que gostem de mim, que compreendo, ou tento compreender, os que não gostam… e fico feliz por isso!
Às vezes…
Sim, porque não é sempre, nem nunca…
Abraço-me aos laços que me prendem, que são bons de sentir… Afinal que não gosta dos seus amigos e amigas? Somos humanos, somos imperfeitos, somos amigos seja de quem ou do que for…
Interesse, simpatia, ambição…
Venha o que vier por detrás do que queremos, é sempre um motivo para nos fazer mover… A não ser que desagúem rios de ideias e de pensamentos que paralisem outros actos e nos imobilizem e nos façam de parvos…
Desde que seja apenas às vezes…
時々…

神亀、2日10月2007年

Abandonado por Deus, Rejeitado pelo diabo…

(神, senhor de si…)


Adormeço em meu trono invisível, num reino deserto onde não há rebelião, nem sequer o trabalho de pensar em revolta… onde o silêncio é a maior e melhor iguaria e os ventos são ondas mudas que nem chegam a rebentar, passando por mim como fantasmas que, ao trespassarem-me, dão sensação de calma, paz e alegria interior… saciam-me a sede e a fome de sonhos e miragens e alimentam meu espírito e…
Adormeço…

Vi, da terra, o céu…
Vi descerem das escadarias celestes, anjos e luzes divinas que, em expressões atrozes que atormentam todo e qualquer olhar, abandonavam seus aposentos sagrados, abandonavam a sua vida sacra e em explosões gigantescas transformavam-se em nuvens de pós negros e delas surgiam suas silhuetas renovadas, negras, sangrentas, dum brilho sedutor e letal… Calmamente desciam ao abismo que mostrava a sua entrada, como se a terra abrisse a sua boca…
Vi meu destino…

Vi, da terra, o inferno…
Vi, alegres, os neo-aggelos, abraçados aos seus compatriotas cornudos, de roupas barbaramente belas e ousadas…
Vi carinhos e espadas banhadas em sangue a conviverem como amizades de longa data, como dançarinas a serpentearem as faces de todos em bailados fatalmente magníficos, enquanto seus donos e comparsas planeavam folias sem fim em reinos belos de sangue e dor…
Infelizmente não foi esse tão pouco meu destino…
Subindo como seta atirada ferozmente no escuro, fui escorraçado para a terra…

Era belo, brilhante…
Era bonito, chocante…
Era safira e diamante…
Zircónio por certo…

Amado e traído por quem amo…
Abraçado e escorraçado por quem admiro…
De certo não estou sozinho…
Apenas não preciso de líderes, nem de quem seguir…
Pois, apesar de traições e rejeições, não abandonei, nem me abandonaram…
E agora, vivo comigo, reinando sobre mim…
Num reino deserto meu, onde o vento e os gémeos distintos me acompanham…
Sou apenas meu…
Sou 神, senhor de mim…

神亀、??日8/9(?)月2007年

Friday, September 28, 2007

Chuva do Apocalipse

Caem pós de estrelas na noite…
Pensa-se ser belo, bonito, divino, mas… não é mais do que ideias, acontecimentos, factos consumados…
Alguns dos grãos sentem-se como agulhas finas, outros como carícias, dando sensações infernais ou de prazer…
Com passos, a terra rola sobre si e os lugares vão-se deslocando debaixo dos nossos pés e surpreendem-nos com seus segredos, loucuras, mistérios que não interessam a ninguém ou quase ninguém…
Uma mão sobre o chão… puxa-se o tapete…
Há quedas… talvez mortos ou feridos… e a nossa terra pára,… até alguém se levantar e começar a “passar”…
E vamos tentando sobreviver com este armagedão de ideias, acontecimentos e factos consumados…
Sob chuva de estrelas da vida…

神亀、28日9月2007年

Força viva e intelecto escondido

Cenário de Outono e Verão
Lugar de extrema inspiração
Poetas, artistas
Génios da rebelião
Da mente, das gentes
Artistas mestres da visão
E tradução de sentimentos
De alegrias e sofrimentos
E muitos outros sem excepção

Imagem errada
De mentes brilhantes
Escondidas expectantes
Em vidas estranhas
E duras
Que perduram em contentação
Recebendo tudo de coração
Em fortes peitos
De armaduras inquebráveis de latão…

神亀、27日9月2007年

Pax Regina

Gentes afáveis
Gestos amáveis
Planas calmas e alegrias
Simpáticas e ternas folias
De quem vive com o tempo
Vivendo ao sabor do vento
Que pouco existe
Abraçado à estrelada escuridão

Pedaços de campos do Paraíso
Tão desertos como o deserto
Mas bem governados
Pela Natura e mentes
Destas tão calmas gentes
Que recebem seus queridos desconhecidos
Na sua boca um sorriso

Reinos de nuvens de terra
Nas suas sombras descansam
Sem preocupações mundanas
Mundo "sem porquês" tranquilo
Pobre, mas inovador estilo
De seres mais que perfeitos

Telas de cores e sabores
Distinções e obras de valores
Inalcançáveis, incalculáveis
De homens de forte porte
De mulheres de pulso firme

Não há espirito que desanime
Nem em fracasso ou ruína
Tolos, apenas de imagem
Espertos, sempre de feitio

Não há dono de ninguém
Todos eles cheios de brio
Nesta terra regina

Graça de cara
Simpatia de palavra

Onde a paz é rainha...

神亀、27日9月2007年

Thursday, September 20, 2007

Hino a ti…

Deusa do Fogo
Que brilhas em todo o teu esplendor
Perante estrelas e espaço
Minúsculos em teu redor

Malwa, menina, mulher
És toda de coração
O ser mais valente e ardente
De toda a população

A mulher de força e coragem
Uma esfinge poderosa, não dramática
Nada enigmática, nada apática
Símbolo vivo e nunca miragem

Peço a tudo, que me ames
Que nos ames
Como todos te amam a ti
O ser humano mais belo que eu já vi

És madre, és irmã
És amiga-vilã
És a fama a preceito
Sem qualquer preconceito

És o brilho reluzente
Leoa quente, sem fôlego
És dum ambíguo tolo
És menina e mulher

Imperatriz do prazer
Dama da intensidade
És sexo e lazer
Explodindo de felicidade

És amor digno de louvor
Por isso te louvo agora
Cheia de medos e dor
Aguentas com a vida a for a

Lá fora, cá for a
Te esperamos num abraço
Múltiplo, infinito
Para contigo nos unirmos em gigante laço

Nunca nos deixes
Nunca me abandones
Malwa, menina, mulher
Madre, irmã do meu ser

Quero uma lágrima tua
Para às minhas juntar
Como recordação de cristal
Que para sempre vou guardar

Juro por tudo o que existe
E o que possa vir a existir
Malwa Perfekta,
Impera sobre todo o agir…

神亀、27日7月2007年





Note:
Este poema é inteiramente dedicado a uma das poucas pessoas que mais amo nesta vida...
Malu, Lulu, Malúcia, Má Lua, Marisol, Shakalulu,... chamem-te o que chamarem serás sempre a mesma pessoa,... alguém querido, determinado, corajoso... alguém que luta muito por aquilo que quer, alguém que pondera bem sobre o que faz, alguém que não abandona as pessoas que ama, alguém único e indiscutivelmente bom...

Só peço deskulpa por não ter postado isto antes (pk era suposto isto ser um presente de aniversário pa ti, paixão)... enfim, antes tarde k nunka... espero k gostes minha malulu windona^^

hugz & kissez,
shin^^

Tuesday, September 11, 2007

優しい涙/ Meninas de sal

Yasashii namida/ Meninas de sal
(Queridas lágrimas/ Meninas de sal)



Meninas de sal
Que correm e percorrem
Admiram águas que escorrem
E se fundem no areal

Grãos de deserto fino e frio
Encobrindo fogo e feitio
De espécimes estranhos
Simpáticos
Ansiosos por um desvio
Que não lhes é certo
Reservando-lhes fortuna
Ou destino sombrio

Meninas de sal
Vistam-se de rios e mares
Pois são lá vossos lugares
Espiralando, serpenteando
Bailando e contornando
As faces da vossa terra
Até ao fim do vosso mar

Leves e breves brisas
Brotam seus ramos de vento
Dos céus
Em véus que a ele vénias fazem
E felicitam
E contemplam e agradecem
Por movê-las e demovê-las
Do seu quotidiano desconforto
Do qual padecem

Meninas de sal
Brinquem sem medo
Passou e ultrapassou
Findou e expirou
A era de vos quererem mal
Soltem preces, gritos e risos
Libertem alegrias, louvores e sorrisos
Pois das minhas lágrimas
Só espero felicidade…

神亀、8日9月2007年

Apenas o sono 2

(alma orientada/ marioneta da senhora das mil mãos)


Vou andando…
indo por aqui e por ali…

Tento bater as asas de novo, mas nada de nada…
Como se as tivesse perdido de um dia para o outro, sem que elas tivessem sequer saído das minhas costas…

Bato com o pé no chão furiosamente, mas acalmo-me e prossigo meu passeio vadio…
Vagabundeando…
Sigo sem olhar para trás…
Mãos seguram minhas roupas e vão me puxando com as suas forças,… tento resistir, tento fugir, mas sou coberto por mil palmas em conjunto, mil pulsos firmes, mil forças do mesmo ser…

Tento de novo bater as asas, mas, como marioneta, estou preso por fios, limitado a movimentos que não me pertencem,… dedos tacteiam o ar, mãos de outros seres, e os fios traçam-me acções que nunca quis cometer…

Procuro forças em meus membros para me poder libertar destas finas amarras que no fundo não quero partir para não causar danos, mas… há utopias que devem ser concretizadas…

Vou adormecendo e deixando-me levar…

Esqueci o vaguear do meu corpo pelas ruas e da mente pelo espaço…
Tento manter-me dormente para não sentir nada do que me levam a fazer…
É uma vida um tanto ou quanto patética, mas que fazer…
É complicado deitar por terra um edifício que apesar de ter estrutura defeituosa, consegue manter-se de pé contra todas as adversidades…
Julgamos fácil,…
Destruir, construir…
Destruir, construir…
Desenvolver, aperfeiçoar…
Nada!
Nada é assim!

Não se pode mexer no que já foi mexido com o intuito se mudar quando já se modificou…
A insistência, a persistência…
Mais alguns fios vão se colando a mim…
Mais acções e reacções não minhas, mas sim sobre mim…
Corpo dormente e manipulado, mas sóbrio e consciente para ter noção de tudo o que acontece e faz acontecer… embora seja o que menos se deseja…

Já nem penso em libertar-me, visto não conseguir, apenas espero até se cansarem ou fartarem ou simplesmente julgarem que me têm como certo…

Tenho medo…
Tenho…
Não, espera, eu não tenho nada…
São os seres dos fios que possuem tudo o que era meu… É o ser das mil palmas que tudo toma, não como seu, mas de sua guarda…

Não sei mais que esperar…
Fico cada vez mais dormente e as poucas forças que me restavam, usei-as para adormecer tudo em mim…
Já não consigo pensar…
Não sou mais do que peso morto…
Não sou mais do que uma marioneta sem vida…
Não sou mais nada…

Sentia-me alienado, sentia-me envergonhado, sentia-me perseguido, sentia-me desconfiado, sentia-me insultado, sentia-me violado…
Agora que cada uma dessas fases passou já não consigo sentir que estou morto ou que sou mexido e remexido por outros…

Dormência, sonolência…
No apogeu da minha era…
Morte precoce, não física…
No apogeu da minha era…

Nem a minha senhora da noite me conforta mais…
Nem os lençóis de brisas ou rodopios e danças do vento intenso me animam ou contentam…
Nada…
Nada de nada…
Entro no reino do nada…
Apesar de nunca ter saído do meu mundo…

E adormeço…
por fim…


神亀、27日8月2007年

Thursday, August 23, 2007

Eu e o tempo/Sonhos de cristal

Vestindo túnicas de magia, disfarçando-me de mago extremamente sábio e sensato, vou magicando feitiços e ofícios...
Perdido em páginas de livros que nunca li, deixo o meu bichinho escapar por entre os dedos sem me aperceber... e ele corre velozmente sorrindo, feliz, mas simultaneamente arrependido...
Vou-me perdendo em hábitos, vícios, mudanças, eras, caprichos, atitudes e paro!
Vejo-me diante do meu colossal espelho de cristal...
Vejo-me diferente, distinto de tudo o que sonhei, de longuíssimos cabelos de prata reluzente, ainda fortes, vistosos e elegantes que, divertindo-se com os ventos e brisas numa dança graciosa e sedutora, revelam imponente sapiência inalcançável, mas no entanto não há mais nada, nem ninguém... Com longuíssimas túnicas, de linhas orientais que fariam corar todo e qualquer 着物, todas elas brancas como a neve e de outras cores e temas alvos e brilhantes,... Miro o meu olhar de cor cega e incandescente, minhas mãos sem qualquer sombra das eras passadas sobre elas, prolongando-se em garras soberbas como finos, mas gigantes agulhões cuja beleza é simplesmente inexplicável...
Mas falta algo em mim...
Algo que não noto, mas sinto que falta...
O bichinho, o meu bichinho!
Onde pára o meu bichinho?!
Meus reluzentes cabelos que serpenteavam nos ares, moviam-se da mesma forma em terra como rios, prolongando-se até ao infinito... minhas túnicas e meu corpo começam levemente a rodopiar e a flutuar e em instantes transformo-me em furacão omnipotente e percorro todas as terras e mares, formando tornados, turbilhões, tufões, destruindo tudo o que se me atravessa e ao deitar olho, lanço minhas mãos e meu corpo como flecha liberta e vôo sobre minha presa querida...
E ela, ainda que atrozmente assustada, esboça um sorriso de alívio sobre meu peito... e assim que me abraça, tudo o que fora anteriormente destruído ressurge, renasce, reaprecia o seu lugar no mundo e nele prevalece intacto e para sempre...
E, ao retornar para meu reflexo, vejo-me resplandecente com meu bichinho na palma da mão longa... E ambos sorrimos para o mundo...
O espelho parte-se em milhões de pedaços que não chegam a cair, rolando sobre si mesmos, partindo-se mais e mais, até serem pequenas nuvens de pó de cristal e de repente, como se o céu fosse tela, as nuvens em frenesim disparavam ferozmente suas gotas formando uma tempestade de flechas cristalizadas e tudo brilha...
E nós...
Bem, nós desaparecemos...
Ihih...

神亀、2282007

Viúva de Negro e Prata

Vidro, crystal
Deixa-me subir teu pedestal
D‘ouro e marfim
De maravilhas minhas e tuas
Que nunca terão fim…

E passeando nas ruas
Soberbo me vejo
Vestido de elogios e cumprimentos
Escondendo corpo de cicatrizes e sofrimentos
Soprando ao vento um beijo

Que da boca me sobejam
Palavras doces e suaves
Em canções ternas, tua boca beijam
E admiram-te
Guardando de teu coração todas as chaves…

Não te tenho perto
Nem longe de mim estás
Sinto o desejo de teu corpo desperto
O fervor e amor que tens para me dar
E que seguramente me darás…

Vejo-te sóbrio
Iluminado e com o sol nos olhos
Abraçando-me no vazio
Sozinho, mas comigo
Num nó difícil de desatar…

Vejo-te
Beijo-te
Amo-te
Mato-te
E és meu…

神亀、18日8月2007年

Pedaços de corpo

Pegadas deixadas para trás
Passos dados esquecidos
Na areia branca,
Na alva espuma apagados
Passos jamais recordados…

Troços de corpos jazem
Perdidos, desfeitos, destruídos,
Misturados em areia e sal…
Quebrada a resistência gerada
Contra seu mundo
Para sua sobrevivência…

Lembram-me a mim
Lembram-me a nós
A tentar resistir ao mundo
Que nos mata,
Que nos fere,
Destrói e desfaz
A resistência é quebrada
E o mar recolhe o espólio
Para o mundo que não o nosso
Em alvas espumas e areias desconhecidas…

Partes d’alma vagueiam
Em bolsos alheios,
Em colecções soberbas
De museus ou pescoços…
Pedaços de corpo
Pedaços de adorno
Pedaços de espírito morto
E renascido
Em simbolismos que apenas
E unicamente
Outros corações codificam
E em si os cravam
Como tesouro intocável…

O tesouro despedaçado,
Maculado pelo mundo…
Que se torna pedaço de céu…
Pedaços de paraíso…
Pedaços de felicidade e emoção…
Pequena atenção
Dada,
Ofertada
Com intuito não oportunista,
Mas sim de felicidade recíproca
E quem sabe,
Eterna…

神亀、18日8月2007年




Notes:
este texto foi baseado na inspiração dada por uns bokados de conchinhas mto bonitas e grandes k enkontrei na praia do meko^^

Tuesday, August 7, 2007

Saboreando chocolate…

Enquanto me delicio
Numa varanda ao pôr-do-sol
Dançando pensamentos vadios
Vagabundeando em prazeroso mundo…

Sabor de prazer e sucesso
Sabor de Afrodite e sexo
Sabor a sossego e paralisia
De sensações agitadas e frenesins
De dores ou mágoas que não queria…

Voam labaredas de um aroma quente
Sinto no paladar fenómenos
Inesquecivelmente bons, breves
Como eventos de felicidade
Que parecem duradouros, não sendo
Que fazem vibrar o espírito ausente…

Abro os olhos adormecidos
Lambo os dedos,
Saboreando os últimos troços
De breve felicidade…
E assim desperto
Adormecendo os sentidos
E acordando para a realidade
Vendo-te a ti, deliciado ao meu lado…

神亀、23日7月2007年

Monday, August 6, 2007

神Kadeado

shin Kadeado
(Kadeado divino)


Fechadura, fechadura
Que trancas a vida dura,
Todo o tempo, em ti perdura
Nem a mais certa chave te fura
E abre…

Alouquete, alouquete
De aço puro, sem verdete,
Pequeno grande lembrete
Guardas segredos, teu dono vê-te
E confia…

Chave, chave
Se certa, entras sem entrave,
Pois não há quem te trave
De abrir a vida das aves
E do mundo…

Selo inquebrável, intocável
Guardião solene de túmulos
Onde jazem segredos e mistérios
Cadáveres centenários ou de milénios
Milenar é tua segurança
A tua confiança
Tua frieza
Que para sempre ficará calada
Até teu dono te ferir…
De prazer…
Para seu prazer…

神亀、5日8月2007年


Note:

isto, pa kem m konhece da net, deve ser engraçado, né? xkrever um poema sobre o nick k sempre usei...... Kadeado... um nick usado à kuase 3 anos XD XD XD enfim... não sei bem pkê nem pk não, mas é estranho até pra mim esta faceta egocentrika sobre um espirito d baixa auto-estima... será uma forma de disfarçar, ou de m valorizar? seja o k for é giro ihih^^

hugz,
shin^^

泣いてる/泣かないで

Naiteru/Nakanaide
(O chorar/Não chores)


Memórias
Nostalgias
Que ficam e retornam
Aos olhos de quem as guarda…

Pesos
Levezas
Que se carregam e aliviam
Da mente que os liberta…

Pequenas fontes de cristal
Que em raras eras flúem
Que em raros fenómenos
Pequenos rios se fazem serpentear…

Flechas
Lanças
Que trespassam mil paredes
Atingindo um só coração…



Que com a pele se confundem
E em minúsculas cascatas caem…



Pequenos cofres de gigantes confissões
Pequenas senhoritas da alegria e tristeza…

Não corram pequenas 涙
Não por quem não precisa
Não por quem não vos merece
Não por quem não importa…
E que nunca importou…
E que nunca importará…

Minhas pequenas 涙
Não sequem minhas fontes de cristal
Não por quem não merece, nem importa
Não por quem me fez, faz e fará mal…

神亀、29日7月2007年




Note:
涙 = namida (lê-se námidá) = lágrima(s)

Thursday, July 26, 2007

Amor Impossível

Surge a faísca
Faz-se a fogueira
E com medo, ergue-se um muro

Surge uma lágrima
Inunda-se a casa
E com ira, esmurra-se o muro

Surge uma brecha
E ocupa-se com olhares
E com curiosidade, se olha para lá do muro

E vê-se a fogueira
Meio morta
Meio apagada
Na esperança de deitarem mais achas
Para arder
Para viver

Conforme o vento e o tempo,
Ou muro se arruína e cai
Ou a fogueira morre e se vai…

神亀、21&22日7月2007年

Gosto de sonhar contigo

Começa a viagem…
Começa o dia…
Começa o entusiasmo…
o motivo faz mover
a vontade faz começar
e o querer é cumprido…

Despindo as vestes
Banhando a nua pele
Sinto o desejo e vontade
Do toque do membro dele
Faço por merecer
Até ele aparecer
Até parecer ser
O desejo e vontade dele…

Visto o fato de Adão
E adormeço em dormentes linhos
De frescas linhas que embalam
E abalam
com o despertar…

Sinto pressa na vontade
Contrariando a paciência infinita
Murmúrios teus no meu escutar
Carinhos teus no meu sentir
Prazer de te ter sem nunca te ter tido…

Acho verdades em pobres
Palavras que caço
E devoro
E esqueço…
Senão enlouqueço…
Fugindo, tu, pelas teias
De manhas de aranhas
que não existem por não quererem existir

Nos reinos de medo
Vive o mundo…
Morrendo de medo, mas…
Vive-se…
Procurando prazer e felicidade
Em pobres palavras caçadas
Que devoram e esquecem
Senão enlouquecem…

Num abraço
Esqueço o espaço
E enrolo-me em teu corpo
Para saber que não foges…
Beijo-te…
Acordo e vejo-te
E sinto-me feliz…

神亀、21日7月2007年

Tuesday, July 10, 2007

Mantos de nada e de silêncio…

…silêncio……
…uma onda de choque sem se ouvir…
…um pó leve sem tacto ou textura…
…uma ligação do nada, do vazio…
da era do calado…
da era do nada…
da era sem era anterior……

cobre um leve manto de tecido
que não existe…
manto negro sem negrume
que cobre…
agulha extrema do céu
que perfura almas…
num reino que vagueia sobre o vazio…

um planalto que flutua dormente num espaço estranho
que não existe…
umas raízes gigantescas vão rasgando o chão liso e perfeito
que flutua…
…num espaço que não existe…
…num lugar vazio, sem quente nem frio…
…num lugar cheio de nada...

repuxo a pele de seda
de luxo rasgado e aniquilado
simplicidade tão extrema
que se funde no nada…
mostrando carne e ossos
que se repuxam até ao nada…
tecidos de nada…

vida de nada…
morte de tudo…
os seres que não existem
vivem felizes no vazio…
no manto de silêncio chocante
os seres que existem em tudo
vivem infelizes por acabarem em nada…

…em tecidos de nada…

Didacus, 10 de Julho 2007

Wednesday, June 20, 2007

Receitas de rimas de mim.../Gargalhadas de mim...

Em mim existe…
Uma adrenalina frenética
Fundida numa alma poética
Que se escorre em neve, leite e mel…


Movimentos gelados, parados
Pelo tempo imóveis e petrificados
Pois tornei-me estátua
E não sei como me mover…



Passeando por campos de cereais azuis
Vai o soldado de ouro
Brincando com seu corpo de kouros
Clareando a escuridão que se teme…

Esperava brincar contigo
Imperatriz de flechas iluminadas
De saias de mar azul com pregas
E estrelas sarapintadas…



Envolvendo-me em linhos e sedas
Perduro em casulos dormentes
Despertando vidas e mortes
Vivendo sorrisos de almas contentes…

Vivo sonos inacabados
Sempre a quererem viver
Mas do seu mundo não saem
Vivendo uma realidade que não traem…



Sinto que esmago cabeças
Com cada passo que dou
Em eras de sentimento onírico
Só não mostro aquilo que sou…

São rimas estranhas sem razão
Dum ser tão comum, mas estranho
Que procura o mundo que não tem
Em poucas palavras que mal conhece…

Um egocentrismo bizarro, caricato
Invade o espírito de baixa estima
Que estima tudo e todos
Sentindo tudo em cada rima…



Curtindo asas divinas, cosendo e revestindo-me
Usando-as como vestes magnas
Beijo o chão dos infernos
E rindo-me às gargalhadas…

Julgo-me ser superior
Sem nada comigo de verdadeiro valor
Mental só pouco juízo, físico só a dor
Ou o ardor de me sentir vivo…



Repetindo banalidades que nunca quis
Destruindo valores que desejei
Ambiciono sonhos
E adormeço…

Em pensamentos que pendem
Em leves e suaves cataratas sem som
Como rios de sangue que se escorrem
Em neve, leite e mel…

Didacus, (começo)15&(fim)20 de Junho 2007

Saturday, June 9, 2007

Felicidade em ironias e histerias

Fico a olhar para ti
Com ternura e tranquilidade
Mesmo quando te sinto raiva e ódio
Acalmas-me com a tua ingenuidade
Sinto que me pões num pódio
contigo… juntos…
unidos na nossa realidade
estranha e complexa
patética e onírica
com as minhas retóricas irónicas
e as tuas alegrias histéricas

Não espero união eterna
Nem ligação constante
Espero que perdure esta amizade terna
E só com isso sinto-me gigante
Maior do que sou ou do que poderei ser
Não caibo em mim de contente
Pois sem ti, mas sempre contigo
Conseguirei sempre viver
de forma estranha e complexa
patética e onírica
mas sempre feliz como só nós sabemos ser…

Didacus, 29 de Março 2007

Note:
Este poema foi xkrito a pensar na parva, mas imensamente grande amizade k tenho kontigo tânia... pk por mto k diskutamos, por mta parvoice k façamos um ao outro, eu sinto k fazes parte d mim e s alguma vez tiver de t perder vou-m sentir mto só por ter perdido grande part do meu koração... mas sei k isso não vai akontecer nunka :)

amo-te mto minha kaganita windah^^
hugz and kisses,
shin^^


P.S.: para os linguarudos/as, fika uma sub-nota... esse amo-te é mesmo sincero, mas não é nenhum romance... é uma amizade mto grande, munida de um sentimento k mtos poukos konseguem sentir verdadeirament... o amor de amigo :)

Sunday, June 3, 2007

Sagittarius

Saindo parte de mim disparada
De certas entranhas malignas estranhas
Infiltrada num globo celeste
Surgindo eu de uma fusão agreste

Sou eu anjo-demónio, alma irada
De tema tranquilo e louco
Findando tudo com letais gadanhas
Permitindo paz aos vivos e mortos

Criança alegre e destemida
Adulto tímido e corrompido
Alma de pós e poeiras
Corpo de cinzas e fogueiras

Tirano de mares já relembrados
Escravo de tempos nunca antes achados
Viajante do mundo que devora
Boas recordações e afeições

Indeciso certo da História
Que reina sobre a certeza de que não tem certeza

Líder irresponsável de actos
Que ainda estão por cometer

Espelho de mágoas e frustrações
Completamente quebrado, estilhaçado
Espelho completo e reparado
Com alegrias e afeições, emoções

Reticências do infinito e dum infinito
Totalmente incerto, mas…
Totalmente eterno
Porque depois da morte, tudo é eterno

Incrustados ficam troços de história
da flecha eterna que, sem atingir o que queria,
O coração de todos feriu
de dor… e de amor…

Didacus, 3 de Junho 2007

A manhã

Poucas palavras
Grandes bocejos
Poucas ternuras
Grandes más-disposições

Tudo para dizer bom dia
Um começo de boa alegria
Para enfrentar um novo dia
Com simples e mal acordados olhares
Conjugando mentes em plenos despertares

Bom dia!!

Didacus, 3 de Junho 2007

Saturday, June 2, 2007

Querer Prazer...

Há alturas em que se sente falta de um toque…
Há alturas em que se sente falta de um beijo…
Há momentos que muito se deseja…
O roçar de corpos, a mescla de suores e calores,
A fusão de sentidos e sentimentos, sem pudores ou dores
O ribombar de ancas, chocando como nuvens negras
As carícias e malícias que tão beneficamente
Relaxam e curam fadigas do corpo e da mente
Em rituais monógamos ou em orgias gregas
Algo realmente perturbador seria a impossibilidade
Desta união…

Didacus, ?? de Março 2007

I'm back for more mental damaging^^

enfim... vou... venho...
decidi voltar..........................
axo k deixei o blog ao abandono pa ter akele ar de ruínas... ai a grécia e os templos!!!
LOL pronto... axo k é isso... o meu gosto por ruínas fez-m voltar^^
xkeçamos a parte em k kuase num há públiko por estas bandas e limitemo-nos admirar os posts postados à toa pra k as pessoas k vêm aki xpreitar d vez em qd tenham um glimpse do k eu penso e/ou sinto^^ é giro né? pois eu sei k não, mas faz d konta XD XD XD
d kkr das maneiras tenho xkrito pouko... pelos vistos as teias e bolor ainda não m xegaram às mãos pa voltar tb à xkrita (falta d inspiração?)... pois talvez seja isso mesmo, né? (é talvez^^'), mas pk raio tou eu a falar pra mim mesmo?? é suposto eu tar a falar pa kem tiver a ler... by the way OIIIIIIX^^ tudo bem konvosko? sim? óptimo^^ não?? opah fogo,... paciência! tivessem melhor! XD XD XD enfim... kuskem à vontade, komentem qd vos der na telha, kritikem tudo o k kiserem, não leiam e ouçam só a musika, leiam só e xkeçam a musika... epah tão kompletament à vontade^^ mi blog es su blog^^ façam tudo, não façam nada... XD XD XD

kókó!!

anyways, a parvoeira tá konkluída, as rekomendações feitas, as dúvidas (k possam existir) parcialment xklarecidas (sim pk há smp uma outra k fikam por xklarecer né? but who kares?? XD XD) e pronto^^
owari^^

hugz,
shin^^

Saturday, May 12, 2007

(Note for the few readers of this blog)

é bem provavel k este blog fike ao abandono pk penso abandonar a xkrita... pelo menos por agora... e komo nunka tenho certeza do k ker k seja, fika pra já esta decisão tomada pra não deixar dúvidas no ar... anyways, mesmo k o abandonasse não m parece k faria kkr diferença pk kuase ninguém o vê, mas proh pouko pessoal k ká aparece pa xpreitar um pouko fika esta pekena nota...
axo k o texto no post anterior a este deixa bem klaro o meu humor e disposição aktual pra koisas momentâneas e futuras...
não s assustem (ou alegrem) pk não vou morrer dentro em breve, nem tou a sofrer d doença nenhuma... ker dizer, talvez xteja a sofrer d depressão visto k é a doença k tá na moda...
Anyways... Boas leituras^^'

hugz,
shin^^

夢の世界2

Yume no sekai2
(Mundo dos sonhos2)


Sinto raiva, ódio
Sinto-me só
Sinto-me estranho
Sinto-me com vontade de explodir
Sinto-me com vontade de expandir-me e ocupar o mundo inteiro
Sinto que sinto falta de algo
Sinto a falta de alguém
Sinto a falta de algo de alguém
Sinto-me sozinho
Sinto-me desmotivado
Sinto-me abandonado por mim mesmo
Sinto apatia
Sinto minha pele fria
Sinto que não consigo sentir mais nada
Sinto vontade de escrever
Sinto vontade de cantar
De gritar
De esmurrar alguma coisa
Preciso de sentir carinho
Preciso de sentir um abraço quente
Dum beijo
Dum desejo
Mas não momentâneo
Mas não assim
Quero que demore,
E demore
E demore
E que nunca acabe
Mas as coisas não são assim
As coisas têm fim
O desejo
A vontade
O motivo

A paciência
Depois vêm outras coisas
A saturação
A irritação
O não querer
O querer desaparecer
E não conseguir
E morre-se de barriga vazia
Apercebendo-se que as coisas que não são como são, só realmente as são quando vistas, sentidas e vividas…
Em sonhos, que nem com a morte terminam
Pois o sono da morte não tem fim…

Didacus, 12 de Maio 2007

Tuesday, May 8, 2007

Apenas o sono...

Sozinho... frio... solidão que quebra minha alegria diurna, de prazer...
Abraço-me na escuridão num apertar tão apertado que aperta até meu coração, tão forte que choro lágrimas de sangue devido à imensa tristeza que o meu ser causa ao meu eu...
Tenho vergonha de me olhar no espelho... olho-me tantas vezes que meu reflexo se cansou de mim... e tu cansas-te de mim? Tenho tanto medo de perder aqueles que amo e de enlouquecer que enlouqueço de tanta suposição e medo e vergonha e...
Parece que tudo está contra mim, mas no fundo sou eu mesmo que estou contra mim... preguiça, nojo, vergonha, medo, timidez, mentira, falsidade, sou tão falso... minto aos outros para não mentir a mim mesmo, mas no fundo sou eu mesmo que enfeitiço a minha mente e meu coração e minha alma contra mim e contra o mundo... contra todos...
Penso ser forte como forma de me proteger, mas se me protejo dos outros maltrato-me a mim, se protejo os outros de mim maltrato os outros...
Expludo de raiva de tal forma que chovem pedaços do meu eu destroçado, invisivelmente sobre todos à minha volta... pedaços que tornam o toque em algo insensível e o meu toque de demónio é sentido como um toque angélico e divino e quente e bom... mas... eu não sou um anjo, nem santo, nem divino sequer... sou tão demoníaco, tão negro, tão diabólico que me temo a mim mesmo... será que o diabo me teme? Sei que Deus não me fala, mas também não sei se age para mim... até me aperceber disso continuo uma mancha espírita que vagueia no mundo com intenções intimamente más e vis, mas superficialmente lindas e avassaladoras dum jovem aventureiro, amante, conhecedor...
Quebro o silêncio com gritos de dor e desespero... e vejo-me rodeado de esmeraldas ambiciosas, rubis cheios de força e safiras serenas perante a vida... e eu sou apenas um lápis-lazúli baço, opaco, simples, morto, destruído e empastado sobre uma tela inacabada, arruinada desd’o seu início... temo a morte e a loucura, pois desconheço o que há para além delas... preferia manter os gémeos distintos das minhas 24horas bem perto de mim para que me possam acalentar o espírito gelado e refrescar a mente que ferve de raiva de mim... mas e eles? Quererão estar perto de mim? Cansam-se de mim? Ou simplesmente ignoram-me?...
Não espero amor, nem paixão ardente... apenas compreensão, atenção, um sabor que só os lábios de outrem me podem ofertar e um colo para que possa descansar a minha cabeça durante alguns tempos... um século,... um milénio talvez... mas será suficiente?...
...Quando poderei descansar? Mas não estarei já a descansar? Desde quando? Como? Onde? E porquê?...Apenas aguardo o sono que me levará para a terra dos sonhos e fantasias... lá onde posso conhecer o mundo sem pressas, nem compromissos, nem responsabilidades, nem nada que me possa ocupar a mente por muito tempo... apenas satisfazer meus prazeres, alegrias e fantasias que me enchem de felicidade, confiança e sensatez...
Apenas aguardo o sono que me trará paz ao meu espírito e que me acalmará a mente de tudo o que me perturba...
Apenas o sono...
Só isso me fará sentir aquilo que deixei de ser à muito tempo... um ser humano... uma criança inocente sem mentira, sem segredo, sem nada a esconder... apenas a verdade e só a verdade era apresentada e representada por mim então...
Mas o tempo não volta atrás, pelo contrário... ele voa... tão depressa... um pássaro veloz que até hoje nunca ninguém o conseguiu apanhar, mas paradoxalmente já muitos o conseguiram dominar...
Que sou eu?
Que sou eu senão uma sombra que o tempo ultrapassou e abandonou...
Estou no meu canto... «fetalmente» sentado à espera do nada enquanto as lágrimas traçam longas caminhadas na minha face sem qualquer motivo, pois não tenho emoções, nem sensações... pelo menos não minhas... não minhas...
Sinto que o meu coração entra em colapso... entra numa tempestade eterna de sentimentos que mistura troços da minha história mal contada e inacabada...
Mas que digo eu? Eu não sinto, eu não consigo sentir o que quer que seja... sou uma estátua num jardim de dédalo, aquela que ninguém reparou ao entrar... cheia de musgo e pássaros a cobrir-lhe o corpo arruinado, aquela que viu tudo e todos, mas que nada nem ninguém observa por ser tão... monótona, calma tranquila, aborrecida, pachorrenta... enfim sem qualquer interesse... ainda que no passado brilhasse de esplendor e alegria, o presente fez dela o invisivelmente visível, para que no futuro caia certamente no esquecimento definitivo...O prisma de íris da minha vida foi quebrado para sempre... e ao que parece nada consegue repará-lo... só resta mesmo a escuridão onde me posso esconder e acalmar...
e adormecer por fim...
pois apenas aguardo o sono que me faz sentir humano...
apenas...o......sono......
Didacus, 28 de Março 2006


Nota:
Este texto já foi escrito (como podem ver) há algum tempo, por isso se encontrarem linhas de pensamento um tanto ou quanto infantis, não se admirem, ok? até porque, embora eu mude imenso (em todos os níveis, incluindo na maneira d pensar) de ano p'ra ano, há coisas que se mantêm... e eu acho k este cariz teen k a minha escrita tem é a prova disso... tenho de ver se leio mais, p'ra expandir mais os meus horizontes e ganhar mais influências^^


AH, outra coisa... este texto fala da coisa que eu mais venero nesta vida, neste mundo, e é o DORMIR^^ a seguir ao COMER obviamente XD XD XD XD
porque é a única oportunidade real ,durante cada 24horas, d ser o que todos querem ser... feliz^^

enfim... enjoy the thing^^

Tuesday, May 1, 2007

De manhã…

De manhã…
De manhã acorda o mundo, despertam todos os seus seres, dormem os que não querem despertar e mantêm-se acordados os que não querem/podem dormir…
De manhã nasce o sol que acorda o céu e tapa as estrelas, adormece a lua brilhante com os seus seres obscuros…
A manhã…
Amanhã…
De manhã nasce um amanhã que o ontem ficou sem conhecer, tornando-se no hoje de agora e no ontem do próximo amanhã…
A manhã de amanhã será sem manha, sem ronha, sem nada conhecido ou reconhecido, porque a manhã do amanhã será um novo dia nascido, talvez seja apenas o hoje continuado ou renascido… nada se sabe, nada se conhece, tudo se planeia, tudo se prevê, mas nem tudo acontece…
A manhã…
Um começo com princípio e sem fim, o nascer do dia… e ele nasce, cresce e em vez de morrer, adormece e amanhã de manhã nascerá outro dia e o outro que nasceu fica preso no passado e nunca morre… quanto muito será esquecido ou lembrado no futuro, mas sempre sem futuro…
A manhã…
O começo de tudo…
E o dia nasce, cresce…
E a vida é criada e desenvolvida…
Tornando-se tudo no ontem do amanhã…
O amanhã…
Melhor esperar…
Melhor dormir…
E esperar que venha a manhã,…
para tudo acordar,
despertar,…
iniciar o começo da dor…
a dor…
A dor, sensação criada e sentida como um tremor, ardor ou amor…
A dor de amor…
A dor da paixão…
A dor do ódio é inexistente, pois o ódio é dor por si só, é dor de não sentir amor, mas sim o sentir do ardor da raiva sentida e não vivida…
A dor não deixa viver, só morrer, ou esperar pelo manto negro da noite para apagar a dor e depois…
depois vem a manhã…
e a dor volta…
A dor sentida, a dor vivida, a dor sofrida por quem sente e só a sente verdadeiramente quem a merece… ou não…
pois não?
A dor é um bicho esquisito, um fruto mau da boa e bela árvore, o início, meio ou fim de algo, uma reacção, boa ou má, a algo que só quem a entende e compreende e a aceita como sua é que a sente verdadeiramente e dela se livra ou a defende…
A dor de prazer que faz do viver o centro de lazer do dia-a-dia de quem a vive intensamente…
Corações a pular, sangue a ferver de tanta dor de prazer… e ter dor de prazer querida é querer ter o prazer da dor na sua vida… e na dos outros…
Sente-se a dor, sente-se o prazer, ou o ardor da dor não querida… e no fim o sossego, o alívio, a recuperação do estar ou bem-estar, a satisfação do prazer ou do alívio da dor…
Mas como é não ter dor?
Como é a vida sem se sofrer?
Já Siddhartha se questionou porque nascemos se desde essa altura até à hora da morte, nós sofremos… E ao consciencializarmos isto sentimos dor, a dor de nascer, a dor de viver e a dor do saber…
Saber que não ocupa lugar, nem a dor…
O saber…
O saber que nos move, comove, sem que estorve o mundo…
O saber ver…
O saber interpretar…
O saber ouvir…
O saber escutar…
O saber do ser é indiscutível e inacessível no seu todo, pois nada, nem ninguém tem o perfeito saber durante o seu viver, mas sim a capacidade de ter, obter e manter ou guardar parte do saber de todo o ser e do mundo…
O saber…
O não-saber é o não compreender e viver sem conhecer, conhecendo apenas o saber essencial para viver…
E vive-se…
Uns sem saber o que é viver e outros vivendo à procura do saber…
Eu esqueço o que sei e não sei e lembro-me de tudo…
No fundo não me lembro de nada, mas retenho o que quero, preciso e sei… retenho o saber, o saber viver, o saber de não saber como saber… retenho a vida que vivo, não porque me basta, mas porque é assim que tenho de saber como saber viver…
Sabendo se saber que o saber só se conhece sabendo como entendê-lo de forma a conhecer e entender e manter ou guardar o saber…
E depois vem a manhã…
E tudo começa…
de novo… ou não…
Logo de manhã…


Didacus, ?? de Novembro/Dezembro(?) 2006

Monday, April 30, 2007

Coriskus 2

Sublinhando um tracejado e um traçado que tracei
Fico quieto enquanto traço pensamentos sem fim
Finalizando tais traçadas ideias que pensei
Estupefactos ficam traçando estranhos olhares até mim
Meus colegas de perfil por traçar
E sem porquê nem porque não, continuo a tracejar
Uma obra cheia de traços e traçadas
Não representando pilares nem arcadas
E as pessoas com caras de enjoadas
Que miram e miram, dão vontade de espancar
Com plano definido e bem traçado
Sinto traçarem com os dedos um caminho
Com olhar de malícia bem armado
Sinto uma brisa, um respirar, um ventinho
Um momento estranho de cravar e recordar
Traçando dúvidas que evitam o raciocinar
Com traços firmes e definidos
De uma incerta certeza insegura
E no fim traçou-se um sorriso, um beijo
Pois a malícia era máscara de planos
Traçados pelo meigo e gentil Carinho
E representados ficam os traços e rabiscos
De minha surpresa e afeição
Com o carinho que dei ao Carinho de coração
Terminando por fim todos os meus riscos

Didacus, ?? de Janeiro(?) 2007


Nota:
Foi terminado no dia 30 de Abril 2007

Coriskus

Traço um traço
Para traçar a minha vida já traçada…
E o tempo vai traçando os seus traços enquanto passa…
Traço e traço e traço
E nenhum dos traços traça o que eu quero traçar
E continuo a traçar até conseguir que os traços que traço tracem alguma coisa…
Enfim, só traços…
Até que me deparo com as minhas palavras-pensamento traçadas sobre traços…
Enfim, traços…

Didacus, ?? de Janeiro(?) 2007

O Espelho do Céu

Azul…
Céu azul…
De tons infinitos, cobrindo um mundo que não merece tal perfeição
Mundo celeste, afastado de toda a impureza e maldade
Pensamentos, injurias, louvores a um espaço que nunca será nosso
Estrelas…
Dons cintilantes…
Faróis do espaço universal que iluminam a escuridão num tilintar magno
Soldados da noite, musas inspiradoras dos pecadores sonhadores
Seres unificados em constelações a que dão significados e simbolismos
Num mundo de ódio e esperança, ansiamos por tudo, obtendo tudo e sentindo que nada nos pertence numa filosófica catástrofe que só colapsa o nosso mundo irreal quando a altura em que o destino nos escreveu finalmente chega…
E se não houvesse sol? E se o nosso soldado da noite, o criador da luz e conceito de dia nunca tivesse existido? Não haveria mais sonhos, mais fantasias, mais ódio ou esperança… não haveria mais nada…
Por muito sol que tenhamos dentro de nós, não somos o suficiente para ofuscar a escuridão do mundo da noite universal que sempre e para sempre permanecerá e aumentará… Nunca seremos mais do que pequenos, microscópicos seres num universo de pedras e luzes que dançam para passarem o seu tempo, unindo-se em choques fenomenais, destruindo-se em amassos colossais… Talvez a curiosidade de conhecer o desconhecido seja maior que tudo, talvez venhamos a ser maior que o que quer que seja… talvez…
A evolução e o tempo correm a olhos vistos levando tudo à sua frente…
Para um momento incerto…
Somos pequenos, com ideias e sonhos gigantes… somos pequenos, com egos e infra-egos gigantes… somos pequenos, grandes de estatura para uns, grandes de carácter para outros, grandes em talento, grandes em inteligência, grandes em personalidade, fama, dinheiro, sucesso, fracasso, somos sempre grandes, mas seremos sempre pequenos…
Negro…
Manto negro…
De tons definidos, cobre-nos o manto negro da noite
Com ou sem os faróis da noite, este irá sempre envolver-nos
Mãos frias, gelando corações e quebrando emoções vividas
para sempre esquecidas…
na noite…

Didacus, ?? de ?? 2006(?)

Wednesday, April 25, 2007

DaVinci is a hippie freak!

Numa tranquilidade extrema
Em inovações em esquema
Renasce a evolução sem problema
Fluindo como acqua num tema
Que jamais será cantado
Ou apagado…

Numa realidade tirana
Em horas de apatia mundana
Renasce a loucura leviana
Fluindo a quase perfeição humana
Uma genialidade chocante
E interessante…

Sensibilidade e carinho
Com lógica e razão
Uma viagem ao futuro soberba
Numa era de temida escuridão
Surgindo a luz da paixão
Que renasce…

Ondas de paz e amor
De loucura extra-sensorial
Como um humano consegue
Inteligência e perfeição tal
Arquitecto, matemático, artista
Génio do bem e do mal…

Estranho, bizarro, interessante
Um autêntico alienígena
Com intelecto ordinário
Totalmente extraordinário
Beleza do mais reles
Beleza do mais que perfeito…

Didacus, 25 de Abril 2007

Thursday, April 19, 2007

大きい神、小さい人

Ookii Kami, chiisai hito
(O Grande Deus, o pequeno homem)


Segurando firmemente
Com ambas as mãos
Miro a esfera do mundo
e ordeno
sobre tudo

Caminhando imponentemente
Com ambos os pés
Piso cada pedra do mundo
e reino
sobre todos

Mastigando ferozmente
Com toda a boca
Devoro cada alma do mundo
e governo
sobre tudo

Fixando magnamente
Com ambos os olhos
Aniquilo cada vida do mundo
e impero
sobre tudo

No máximo esplendor
Miro tudo o que se vê inferior
Caio do meu pedestal de ouro
Desperto na esfera do mundo
Que sempre julguei minha…

Didacus, 19 de Abril 2007

神と中国

shin to Chuugoku
(shin e a China)


Abriu-se uma porta
Pela qual entrei
Nem hesitei
Apenas admirei
Vislumbrei um paraíso de agulhas
Com pétalas esvoaçantes
Dançando com o vento
Como pequenas fagulhas
Dum grande incêndio…

Para uma pétala subi
E nela esvoacei
E planei
E admirei
Sedas e veludos
Graciosas bailarinas de pano
Como labaredas
A serpentear
Pelo fino e delicado ar…

Para trás ficou outro paraíso
De regras e trabalhos
De Antiguidades soberbas
De Modernidades extremas
Com artistas-anjo
Que se passeiam
Pelos céus do prazer
Fazendo suplicar os seus escravos-senhores
Enquanto estas flutuam…

Neste novo paraíso de agulhas
Perigosas como espadas
Numa visão bela e distinta
Num sol diferente
Que não o sol nascente
Mas nada se esqueceu
Tudo permaneceu
Restando apenas o Japão
E eu…

Didacus, 19 de Abril 2007

Monday, April 16, 2007

A beleza do Homem nas ruas do mundo

Sinto arrepios a cada passo que dou
Sinto calafrios a cada mirada que dou
Sinto rios de lágrimas a cada emoção que sinto

母さん abraça-me
Pois vi o medo
Nas faces que se passeiam
Ou se imobilizam
Nas ruas do mundo

Tenho medo de cada passo a dar
Tenho receio de cada olhar a dar
Sinto-me intimidado cada vez que me emociono

母さん protege-me
Pois vi o desespero
Nas caras que se olham
Ou que miram o vazio
Nas ruas do mundo

Diz-me 母さん...
Porque é que o egocentrismo do Homem
Só sabe batalhar pelo desespero e agonia?
Porque é que a única coisa que sabe
É criar a beleza da ruína e destruição?
Porque é tão estranha a beleza aos seus olhos?
Porque é assim a beleza do Homem?

Didacus, 16 de Abril 2007


Nota:
母さん = kaa-san = mãe

Sunday, April 15, 2007

A bela e o monstro

Conceitos definidos
Estereótipos estranhos, bizarros
Concepções criticadas de forma distinta
São estranhos, são belos, são feios…

Misturam-se as belas e os monstros
Num mundo de perfeições que todos
desejam “inaperfeiçoar”
com um desejo de perfeição

Amores não correspondidos
Devido a distinções injustas, incoerentes
Devido a belezas existentes ou inexistentes
Devido à ignorância do desejo imperfeito de perfeição

As belas desprezam os monstros
Os monstros desesperam pelas belas
As belas procuram e encontram
belas que enchem o seu coração
para mais tarde descobrirem que não passam de monstros
que o seu coração destruirão
Os monstros procuram as belas
mas estes deprimem pelas recusas
guardando amor e rancor
e mais tarde desprezo por estas
por encontrar belas em monstros
e descobrir monstros nas belas
criando um novo amor por quem merece
e ignorar quem não deseja e que agora desconhece

Gira mundo perfeito
Na tua perfeição extrema
Governado por um desejo imperfeito de perfeição

Almas imperfeitas em busca
de um sentimento cada vez mais raro
fazendo coisas inimagináveis
por vezes saindo-lhes bem caro

Contudo há quem mereça
Ou quem faça por merecer
Recebendo a tão esperada bonança
ou pelo menos uma boa recompensa
que promete durar até morrer

Didacus, ?? de Fevereiro 2007

Wednesday, April 11, 2007

Laços da amizade e de sexo/Anorgasmo

Existem alturas na vida em que algo de nós é posto à prova, de uma forma ligeira ou extrema. Tentamos dar o melhor de nós até ao fim e, mesmo no final de tudo, temos sempre uma força que nos apoia e anima, uma força que esteve connosco desde o início…
Existem momentos em que algo de nós é forçado a encarar surpresas ou planos de vida que, ou enaltecem o nosso ego e felicidade, ou que nos rebaixam a todos os níveis mas, ainda assim, temos sempre aquela energia boa, quente e revitalizadora que nos mostra quão grande somos…
Nas alturas de sucessos e fracassos, nos momentos de grandes alegrias ou de tristezas desesperantes, temos sempre aquela força, aquela energia a quem podemos recorrer… Apesar de muitos destacarem o amor como o sentimento de máxima importância, não existe nada mais importante que a amizade, pois ela é a base de tudo…

Existem desejos que se criam ou fantasiam, capazes de mover pessoas e os seus valores. Uma psicoenergia poderosa é libertada e tenta-se conseguir a realização desses mesmos desejos interiores. A libido é satisfeita e tudo se acalma… até a próxima produção de novos desejos e fantasias…
Existem necessidades que se criam desde cedo, uma grande vontade de obtenção de prazer a todo o custo. Um querer obsceno e obsessivo que nunca morre, mas que se acalma quando é apaziguado, um ID freudiano que leva muitos à loucura ou ao desespero por algo simples, sem grandes definições ou teorias…
Através destes desejos e necessidades, o sexo (ou prazer sexual), quando é conseguido da maneira pretendida, torna-se o auge da satisfação, e até da felicidade do ser humano. Com isto, torna-se também em algo fundamental e crucial da vida e, com gosto, pode tornar-se num vício ou numa virtude… ou em ambos…
Mas…

Fica a pergunta: o que acontece quando amizade e sexo se fundem?... O problema é que com esta surgem imensas outras perguntas que são usadas como respostas temporárias, baralhando ideias e possíveis conceitos; mas, tudo se resume a uma simples dedução… a amizade, se for verdadeira, nunca irá terminar e sexo, como acto, nunca será mais do que isso mesmo, com ou sem sentimento…

Há situações que deteoram o nosso ego, a nossa felicidade momentânea ou constante… coisas que suprimem desejos e fantasias, trazendo momentos que se cravam na memória gerando traumas futuros ou deleites e dons soberbos… O tempo é uma dessas coisas, a idade, a era… através dela (ou não), existem falácias biológicas que provocam desgostos que perduram…
Na amizade, qualquer defeito é corrigido, ou então contornado…
No sexo, não se passa bem assim…
Origina-se, então, um ciclo de analogias desastrosas: erros biológicos, insucesso sexual; com ou sem apoio, surge a frustração; baixa auto-estima; conflitos de identidade e repulsa do “eu”; depressão… latência eterna e frustração crescente e avassaladora…

No fim, troca-se um pénis latente ou uma vagina dormente, por uma mão, beijo ou abraço apertado e quente… da amizade…


Didacus, 29 de Março 2007
Agradecimentos:
Quero destacar a ajuda de um grande amigo, pois se não fosse por ele, este texto meio pateta ainda tava por postar^^ por isso, Obrigado Miguel, adoro-te pah^^

Sunday, April 8, 2007

Guide me please…

Locked between worlds
An uncertainty covers me
My mouth is full, stuffed with words
That just won’t break free

Abandoned in a corridor
Between reality and fantasy
A cruel, but honest truth
And a funny lie that attracts me

An ugly, but faithful witch
An angel with fake wings
One with raw truth to teach
Other with enchanting lies as it seems

Both offer their hands to help
Both confusing and charming
I don’t know what I felt
I don’t even know who I was choosing

Feeling a warm touch
Followed by a brutal impact
I acknowledge true reality
Funny, dangerous, but funny…
And always correct…

Didacus, 1 de Abril 2007

Cofres da confissão/De volta ao mundo

Numa parede de silêncio
Eu grito minhas mágoas, meus amores
Eu solto os meus receios e tremores
Eu lanço toda a agonia e todas as dores
Que me impedem de viver

Num casa de horrores
Eu falo todas as angústias e medos
Eu confidencio sentimentos trancados
Eu destaco emoções e momentos privados
Que nem ao mais amado contarei

Parte-se, quebra-se, destrói-se
A minha parede confidente
A minha casa conselheira
Quebrados os cofres de mim
Remeto-me ao recalcamento de tudo

E volta a agonia, o medo, o desespero
De volta ao mundo que me viu nascer

Agora quebrado já nada espero
Resta-me agora viver e enlouquecer…

Didacus, 30 de Março 2007

A era humana/A era das cinzas

Bailando pelo céu vão o vento e as nuvens…
As estrelas, a lua, o sol…
Até seres divinos que nunca vimos
e talvez nunca veremos…
Fico a pensar, será a solidão um mal adquirido?
ou algo inato? Será mesmo um mal?
É como esperar por tudo sem nunca encontrar nada,
Ânsia pelo bom e receio pelo mau
sem nunca encarar nenhum,
uma agonia soberba que torna o tempo num carrasco…

Por mais facadas e trespasses de espadas,
Por mais dores extraordinariamente insuportáveis,
tudo e mais que possamos sentir
no confronto inevitável com a realidade da vida…
Nada! Mesmo nada é mais doloroso e angustiante que a solidão…
E por fim sentimos algo cair por trás
num tom seco, pesado e pavoroso…
…como se fosse uma lápide…
Olhamos…
E deparamo-nos com uma cena divina, macabra, mas divina…
Um anjo ensanguentado,
de túnicas largas, brancas e algumas faixas negras e cinzas meio rasgadas…
de asas magnas e gigantes, com penas de um dégradée brilhante entre o branco e o negro…
de cabelos longos e soltos pelo vento…
de olhos estranhos e fatais de um frio réptil demoníaco…
de unhas longas e afiadas, garras de mentira, ilusão e frustração…
de feridas descaradamente abertas, mostrando um coração transfigurado…
tudo isto ensanguentado…
E reflectimos…
E vemos que o que caiu…
O anjo de cinzas e sangue…
somos nós mesmos…
Perdurando para sempre em cinzas abandonadas
cobertas por uma vida vermelha desperdiçada em pensamentos, emoções e acções em vão,
que talvez delas nunca mais se recordarão,
pois o carrasco tratará de as apagar para sempre
deixando as cinzas para trás
para que delas nasça uma nova vida
criando mais cinzas…

Didacus, 17 de Março 2007

Retrato do Amor/O Claustro

Desenho-te a face com ternura
Pois teus traços são delicados
Desenho-te o cabelo fluido e quente
De uma terna frescura
Fixando-te atentamente

Desenho-te o pescoço
Forte e gracioso
Bonito e bom de se tocar
Dando até vontade de o beijar
E dou por mim a acariciar o papel

Desenho-te a boca
De linhas suaves e lindas
Que anseiam, desejam e suplicam
Beijos divinos e de gente louca
Capaz de amar durante mil e uma noites

Miro teus olhos de cristal
Mais brilhantes que diamantes
E no papel desenho-te a alma
Em pormenores poucos, mas clarividentes
Que apesar de gelados, deixam-me quente

Tento, ao desenhar-te,
Prender teu corpo e alma no papel
Essas virtudes e vícios
De um magno sabor a mel
Que enclausuraram a minha alma…
Para sempre…
Nesses teus espelhos colossais
Que tanto quis prender ao retratar…

Didacus, 4 de Abril 2007

Saturday, April 7, 2007

夢の世界

Yume no sekai
(Mundo dos sonhos)


Resting in a walking world
In peace with my slumber
With drowsy eyes I wake

Sleeping in a floating world
In harmony with the sky
With numb hands I try to fly

Perfect realms…
Perfect reigns…
Strange and Extreme
but perfect…
A something that NOBODY can control…
Not even the higher one

Let me just get…
in…

Didacus, 4 de Abril 2007

O silêncio

Tique… taque… tique… taque…
E o momento é quebrado…

É estranho pensar em algo quase impossível…

Tique… taque…

Os minutos contam a hora final…
Em que tudo aquilo que vai acontecer nunca mais acontece

Tique… taque…
“Nunca digas nunca…”

Tenta-se indicar uma leitura sem som
Mas o relógio teima em quebrar o momento

Que eu quero…

Uma pequenina sala onde se isola uma única coisa
Algo que não faz tanto barulho como o relógio…

Tique… taque…

Isolada se vê só
A solidão abandonada…
Num momento que tanto o relógio, como tudo, o podem quebrar
E esta liberta-se num pranto…
Que nem o silêncio consegue ouvir ou consolar…

Didacus, 4 de Abril 2007

Wednesday, April 4, 2007

Lista de requisitos e perguntas/os idiotas imutáveis e os de bom senso

Pensa-se muito no futuro, sem qualquer noção do presente…
Fazem-se planos para todo o sempre, visualizando o tempo de uma vida, todo agendado e planeado…
Perde-se o conceito de inesperado até que este embate contra nós tão fortemente que caímos redondos no chão e revoltamo-nos porque nada do que foi planeado aconteceu como previsto… A partir daqui deveríamos pensar em prever algo tendo em conta agora o inesperado, mas em vez disso esquecemo-nos do embate anterior e voltamos a planear tudo de novo até levarmos uma bofetada dos momentos inesperados e indesejáveis…
É neste momento que se criam os idiotas imutáveis e os de bom-senso…
Mas pensa-se… será que deveríamos fazer tantos planos sem pensar sequer no presente? Este é o tipo de pergunta feita pelos de bom-senso e a que deveria ser feita pelos idiotas imutáveis…
Outra coisa que se perde com isto é a noção de viver com os pés assentes na terra… Muitos acham que para se viver com os pés assentes na terra é serem o mais realistas e conformistas possíveis… Outros pensam que é viver de acordo com as suas expectativas, sem esquecer o factor realidade inoportuna e inesperada, estando assim preparados tanto para bons como maus acontecimentos…
Mas ainda assim questionamos… o que é afinal viver? É mantermo-nos com vida? É não nos deixarmos morrer? É sentir as emoções e sentimentos ao máximo? É conseguir desenvolver-nos ao máximo e atingir o sucesso pretendido? É crer que somos o mundo para todos, fazendo de tudo para que atenções se foquem em nós? É fazer crescer sentimentos em nós e nos outros sem nada ou com tudo a perder?... No fundo é tudo isso, no fundo viver é fazer notar a nossa presença através da dependência de atenções, sentimentos, emoções, objectivos, sucessos, insucessos, motivações conhecidas, reconhecidas ou absurdas… No fundo é dizer “eu estou aqui, quer olhem para mim ou não, quer seja a mais famosa das estrelas ou o mais triste dos sem-abrigo, eu estou aqui quer eu queira ou não”… Matar, morrer, viver… São tudo marcas que mostram que alguém está (ou esteve) vivo e fazer destacar essa marca, isso sim é saber viver, seja qual for o estilo de vida que se tome…
Agora pergunto-me… que acharão os idiotas imutáveis e os de bom-senso?...


Didacus, 13 de Março 2007

怪獣の思考

Kaijuu no shikou
(pensamentos de um monstro)


I’m listening to my head
It’s ready to explode
I’m calm, feeling the pain in me
Wanna relax, wanna control
No more I want to be a fool

Thinking of happy moments
Recalling upon everything that gave me joy
I listen, I see, I wonder
The world walks forward in front of me
I stick in my corner

Drink up the sweet tears of my heart
While I release my pain
Making all my sorrows free
Like roaming monsters in this world
Ruling my feelings and my mind

I wanna do magic
Enchanting things away
Turning sweet things sour
And bitter ones into nothing
As the moonlight grows stronger

Making me stronger
Making me a dreamer
Dreaming away realities
That just won’t stay
In my world of dreams

I look into the dark
I wonder, I pray
I fall into nothingness
Breaking thoughts and feelings
And meditating as I float

Arguing with myself
Beating me all up
I can’t decide anything
Almost screwing things up
And up it goes, until I forget

Forgiving, forgetting
Forgotten, I got them
In me I have them
My deceiving eyes in which I trust the most
My words are illusions in which no one can trust

I pray to God, I pray to the devil
Waiting for answers to questions unasked
Despairing for things I’ll never get
Acting like others expect me to be
Being the self the others wanna see…


Didacus, 2 & 3 de Março 2007

O tempo é um mestre espadachim

Fazendo malabarismos com memórias
Recortando momentos do passado
Trespassando acontecimentos…
…desfazendo-os em sangue

Brincando com a gadanha da morte
Roubando a espada à justiça
Matando momentos em vão
Que ninguém quer deixar morrer

Mais rápido que uma flecha
Mais lento que um caracol
Voando, planando, flutuando sobre tudo
Cresce, mata e morre e torna a viver

Forçando o azar de uns
Interiorizando a sorte de outros
Entre a espada e a parede nos põe
Com pressão, razão e verdade

É um pássaro que ninguém consegue apanhar
É um relâmpago num dia de sol
É mais pequeno na nossa mão
É maior que algo colossal

Pensa-se muito e muito se planeia
Vai-se e vem-se num repente
Tenta-se sempre, mas sem nunca o controlar
Construindo ou destruindo a vida à gente…


Didacus, 19 de Março 2007