(Aprender a viver)
Pura confiança ou simples ingenuidade?
Essa é a questão que me coloco todos os dias quando me sinto num "dia não"...
Cada vez mais ponho em causa a veracidade das palavras e/ou sentimentos mencionados até então, por pessoas que julgo conhecer ou que apenas gosto de conhecer...
Tento-me dar de coração, ligeiramente, de modo a conseguir atenção, preocupação, interesse e sobretudo confiança destas pessoas que tento conhecer, pouco a pouco... E quanto mais confiança sinto, mais a liberdade e a curiosidade se soltam... Não numa de cusquice ou alcoviteirismos... Apenas puro e simples interesse e vontade de desvendar um pouco mais as pessoas que tento conhecer... Um interesse por vezes excêntrico e excessivo que induz as pessoas ao erro de o associarem à cusquice quando é apenas vontade de conhecer o íntimo de alguém e guardá-lo na mente com chaves e fechaduras de esquecimento de forma a estar totalmente seguro... Tornando essas confidências em pequenas memórias, recordadas única e exclusivamente quando os seus donos abrem os cadeados e cofres onde estas foram secretamente postas, e excelentes instrumentos de deduções e teorias ou conselhos para ajudar estes a sentirem-se psicologicamente sãos...
A minha amizade estende-se ao mundo...
Há quem aproveite e se diga e seja minha/meu irmã/o para todo o sempre...
Há quem aproveite e se diga espirito seguidor e por debaixo dos seus lençóis fantasmagóricos seja raposa manhosa e interesseira...
Há quem aproveite para se aproveitar, quer descaradamente, quer subtilmente...
Há quem não aproveite... de todo...
...ou de tudo...
Nunca tendo lidado com tamanhas hipocrisias e falsidades juntas, com histerismos sem sentido e ainda menos com borracheiras extremas por razão nenhuma... sinto-me estupidamente pateta e muito ingénuo perante tudo... Apesar dos conselhos ofertados, apesar do muito pensar e meditar, apesar de tudo... Sinto surgir em mim uma dúvida tão estranha e ao mesmo tempo tão familiar... Ao lidar com tamanhos comportamentos humanos e com situações materiais que por vezes me superam, penso... Será que é agora que tudo começa? É agora que começo a aprender?
A vida tem-me ensinado muito mais nestes últimos dois anos do que em todos os outros que já vivi...
Tenho-me descoberto em palavras, em escritos, desenhos, imagens, sons... em acções, distracções, em acontecimentos... em outras pessoas, animais, bichos de toda a forma e feitio... na natureza, nos seus elementos, em sóis, luas, estrelas, planetas, cometas... em mundos escondidos, mundos que não existem, mundos que queria que existissem, em esferas eternamente crescentes...
Descubro-me nas gotas de água que caem da chuva, as quais sinto na cara, nas minhas mãos, no meu corpo, como um beijo que se escorre e desliza, tocando em mim por inteiro... E dou por mim a vaguear e divagar por entre teorias e filosofias que fazem sentir bem o meu espirito, a minha alma, o meu ser poético e artístico... O poeta, o matemático e juiz, o artista...
Nunca antes soei tão narcisista, tão dono do meu nariz... Mas é algo que, apesar de não ser bom, tenho apreciado deliciosamente até mais não... Uma vaidade válida, ainda que por vezes exceda os limites que lhe quero impor...
Enfim...
Ainda estou a crescer por dentro... Como todos, embora quase ninguém se aperceba... O que é mau porque depois não aprendem e permanecem minúsculos anões dentro de si mesmos...
Mas será arrogância dizer estas coisas? Quando eu próprio me apercebo que muitas vezes não me lembro dos erros que cometi, dos conselhos que já segui, de tudo o que aprendi e apreendi na minha memória... Sinto-me falso pregador... Caçador de lógicas e razões que no fundo acabo por não usar... Mesmo quando me são úteis...
Questões que fazem descredibilizar a maturidade que tenho vindo a adquirir... Acreditando cada vez mais na burrice e ingenuidade que me são tão comuns...
A questão agora será, até onde chegará a minha ingenuidade e distracção...
Até quando?...
Procuro respostas que ainda não chegaram, com pressa, com vergonha, com medo do que possa vir... Com vontade de me proteger nem sei bem do quê...
É irónico... acabar por se lamentar pela vida que se tem quando se goza com os outros por dizerem o mesmo... Que vida! Que vida! Que vida! É a minha e nada posso fazer em relação a isso... Não a posso mudar...
Mas posso mudar-me...
É a minha saída... A minha escolha, opção... A minha Oportunidade... e nada nem ninguém pode ir contra isso...
Caso o façam, poderão arrepender-se amargamente criando, possivelmente, inimizades inquebráveis...
E aí terei de lidar com ódios e os seus jogos... sentir-me-ei intimidado, mas espero que nunca menosprezem a minha hesitação...
...
Do ser confuso...
Para o mundo louco...
De coração...
Para mente...
Do emotivo...
Para o objectivo...
De mim...
Para ti/vocês...
...
オヤスミ
神龍、23日4月2008年
Note:
オヤスミ = oyasumi (ou お休みなさい, oyasumi nasai) = (lit.)"bom deskanso", xpressão semelhante a "boa noite" ou "dorme bem"...
Thursday, April 24, 2008
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1 comment:
soberbo!adorei.
pura introspecção,análise de si mesmo.
em dia k se comemora a liberdade,a nossa liberdade de escolhas é do melhor k temos.kem gostar gostou,kem nao gostar nao gostou,mas fomos nos k escolhemos.
crescer por dentro é essencial em todas as idades,e chegamos a kotas sem crescer-mos tudo,sem aprender-mos tudo,mas é bom quando queremos crescer e reconhecemos isso mesmo.
eu sinto-te cada vez mais crescido,e todas essas duvidas são essenciais.digo-te mais,ainda bem k existem!até eu k sou prékota as tenho...
beijo grande pra tu
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