Folhas

(神, senhor de si 2...)


Folhas...
Que da minha mão voarão...
E pelo ar rodopiarão...
Caindo redondas no chão...

Foi o que pensei durante o outono...
Pensei em tanta coisa... Tanta coisa que o inverno veio a apagar com o seu frio austral...
Tanto que julguei ser realidade certa, mas que não passou duma mascarada mentira tão longe de fevereiro carnavalesco... Está tudo a mudar-se lentamente, como as montanhas, que em passos cegos, em largos anos, se mostram quase distintas... Um suspirar do tempo que nunca se sentiu quando foi dado e que só se mostrou tão visível quando se foi...

Melodias...
Calmas, quentes, transformar-se-ão
Em magníficas súplicas de beijos e abraços
Que firmemente nos apoiarão...

Foi o que sonhei durante o inverno...
Sonhei tanta fantasia... Tanta magia que a primavera difícil, mas ligeiramente bem sucedida conseguirá varrer com suas novas pétalas esvoaçantes...
E quando tudo parecer calmo, deitar-me-ei em linhos suaves e frescos, com aromas igualmente tranquilos e refrescantes, que me adormecem e me fazem voar... Como asas de pano inquebráveis... Serão tempos pacíficos, espero eu... Assim o anseio, assim o quero... Tempos em que não se terá de lidar com falsidades e hipocrisias, máscaras que teimam em não cair e fingimentos ou segredos pequenos, que sem se dar conta se tornam gigantes exaltando assim uma curiosidade que, curiosamente, também nasceu muito pequena e simples...

Só espero rir-me de mim...
Só espero poder menosprezar-me...
Pois nessa altura poderei dizer que sou superior a mim mesmo...
Mesmo que caia para depois me erguer como árvore magna e grandiosa e libertar-me em invernos com minhas folhas vestidas dum luto típico...
Mesmo que nunca me levante...
Serei sempre 神, senhor de mim...

神電、10日1月2008年