Wednesday, March 12, 2008

São as andorinhas...

Enquanto as pessoas vão caminhando sobre o chão calcetado das ruas, avenidas e ruelas, becos sem saída de Ebora Victoria, um pequeno, simples, mas maravilhoso espectáculo de transição de tempos e eras acontece... as mensageiras da Dama das flores e da nova vida, fazem vôos rasantes sobre o chão, sobre cabeças, sobre telhados, gatos e tudo mais que possa haver...
São as andorinhas, são as andorinhas...
Pequenas aves-soldado que escoltam a bela dama primaveril que se aproxima a largos passos e que só pensa em abalar assim que a sua dança de paz, alegria, aromas frescos e pequenas belezas tenham afectado os olhares de quem por ela passa...
É sua meta, atingir os jovens e belos com uma pequena ajuda d'Eros para poder alastrar a sua epidemia de amor e mel... Ignorando quem deles se enjoa...
Parecem flechas azuis cheias de pontas... do bico, das asas, do seu leque caudal... um animal belo e genial que possui beleza simples, mas sem fim...
E quando morre uma andorinha, morre a Primavera...
E quando morre a Primavera, morre Eros e o amor...
E quando morre o amor, morre a esperança no mundo...
E sem esperança morremos nós...
E sem nós...
...sem nós o mundo vive mais tranquilo...
Renasce e revive...
E é feliz...
Com andorinhas...

神龍、12日3月2008年

Saturday, March 8, 2008

Ideias soltas/Sloth

Caminhamos sobre caminhos que intrigam, caminhos do desprezo e ignorância...
Concentrados no foco de luz falsa que luz do nosso umbigo como pico dum monte sem importância que consideramos nosso trono, nosso pedestal...
Vemos cumprimentos e elogios a serem soltos como balões pelo ar, flutuando lentamente, admirados por ingénuos e patetas que se encantam com pouco...
Mas se tomarmos atenção veremos que na sobriedade destes tempos embriagados se vê na inexistência dum simples olá a verdadeira e/ou falsa amizade...
Pois é mais fácil fechar a cortina de ilusões e mentiras para quem está sóbrio...

神龍、7日3月2008年

Dali is a hippie freak

Tempos distintos...
No entanto tão próximos... Tão comtemporâneos...
Amo a tua alma e o que ela me diz, admiro a tua paixão e ambição descritas em caligrafias que poucos entendem...
Um beijo de prata e platina e marfim, nos meus lábios de mel e jasmim, num surreal momento de prazer... Com sangue e ossos como adereços ligeiros, teus olhares nebulosos de poeiras e fumos que me envolvem, que te envolvem, que revolvem visões mistificando-as num ligeiro extremo...
E no mitológico abraçar de ilusões, invejo o percurso de Dante cravado por ti na História, através de tintas e linguagens codificadas...
O meu desejo de te penetrar profundamente com minhas flechas, de te imortalizar com minhas lanças, de mostrar minha natura centaura... Em hipnotizantes claustros esféricos que tu crias...
São o empurrar para o inferno, limbo e paraíso...
És a Comédia Divina que invejo e cobiço...
Em realidades surreais místicas e terrenas...
Em ti...
Dali...

神龍、26日2月2008年

Sunday, March 2, 2008

Pensamentos que pendem, em neve, sangue e mel...

Finas espadas rodopiam...
Como tornados esvanecem tudo, em suaves e finos cortes e estocadas que se sentem em extremos ventos que dançam em infinitas espirais...

Pegadas de memórias fixas num chão arenoso...
São rapidamente lavadas pelo tempo, o eterno oceano do cosmos que com o seu relógio perfeito fuzila tudo, afogando e asfixiando seres não merecedores das vidas que lhes foram emprestadas...

Uma melodia calma e tranquila revolve-se numa fogosa batida de um coração terrestre que parece explodir a qualquer momento... Em loucas e ferozes pulsações que repelem e assustam quem se aproxima... Um harém de mortas tentações que provocam sensações inumanas quase divinas ou deliciosamente infernais...

Como um engolir de veneno, sinto-me tragar sapos que incham a minha garganta e me sufocam as palavras que o coração me murmura... E que acabam por coaxar frases sem qualquer nexo, misturando-lhes sentidos, sentimentos e intenções completamente contra a minha vontade e que me mancham a face com negra tinta letal e me cegam...
Trespassando a escuridão as minhas flechas verbais desorientadas...

Um olhar... um tocar... um despertar de um sonho eterno... uma ressurreição... uma nova encarnação...
Só espero que a branca de neve não se torne negra de carvão...
E que eu possa respirar de alívio, sem que nenhum obstáculo me impeça de sentir o cheiro, sabor e calor de uma nova vida...

神龍、2日3月2008年