Wednesday, June 20, 2007

Receitas de rimas de mim.../Gargalhadas de mim...

Em mim existe…
Uma adrenalina frenética
Fundida numa alma poética
Que se escorre em neve, leite e mel…


Movimentos gelados, parados
Pelo tempo imóveis e petrificados
Pois tornei-me estátua
E não sei como me mover…



Passeando por campos de cereais azuis
Vai o soldado de ouro
Brincando com seu corpo de kouros
Clareando a escuridão que se teme…

Esperava brincar contigo
Imperatriz de flechas iluminadas
De saias de mar azul com pregas
E estrelas sarapintadas…



Envolvendo-me em linhos e sedas
Perduro em casulos dormentes
Despertando vidas e mortes
Vivendo sorrisos de almas contentes…

Vivo sonos inacabados
Sempre a quererem viver
Mas do seu mundo não saem
Vivendo uma realidade que não traem…



Sinto que esmago cabeças
Com cada passo que dou
Em eras de sentimento onírico
Só não mostro aquilo que sou…

São rimas estranhas sem razão
Dum ser tão comum, mas estranho
Que procura o mundo que não tem
Em poucas palavras que mal conhece…

Um egocentrismo bizarro, caricato
Invade o espírito de baixa estima
Que estima tudo e todos
Sentindo tudo em cada rima…



Curtindo asas divinas, cosendo e revestindo-me
Usando-as como vestes magnas
Beijo o chão dos infernos
E rindo-me às gargalhadas…

Julgo-me ser superior
Sem nada comigo de verdadeiro valor
Mental só pouco juízo, físico só a dor
Ou o ardor de me sentir vivo…



Repetindo banalidades que nunca quis
Destruindo valores que desejei
Ambiciono sonhos
E adormeço…

Em pensamentos que pendem
Em leves e suaves cataratas sem som
Como rios de sangue que se escorrem
Em neve, leite e mel…

Didacus, (começo)15&(fim)20 de Junho 2007

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