Saturday, December 27, 2014

Platonista...

Amar sem ser amado
Odiar, enfurecer-me e entristecer-me por alguém que não me pertence
Sentir as piores coisas sozinho, revolvê-las no estômago e regurgitar tudo sob a forma de palavras que nada dizem, sem terem sequer razão de existir
Pondero na frustração de não me poder manifestar a ninguém
Sem alguém que ache digno de escutar analiticamente o rancor e fúria desmesurada que tenho guardados
Com respostas adequadas à abertura dos meus ouvidos

Escarrapacho-me na minha paz que nada de bom me traz
Tão livre e solto para sentir e, no entanto, tão preso e cheio de um algo que parece que jamais será recíproco
Enclausurando-me e roubando cada centímetro cúbico de ar num deserto horizonte
Como num sonho em que se sente vontade de voar, sem se conseguir poder sequer levantar os pés do chão
Uma disputa louca e infinita comigo próprio
Levando uma mão ao pescoço para tentar retirar a outra que o aperta e cala
Mantendo-me num doloroso silêncio que a mente preserva
Mas que o coração brada aos deuses que o quebrem



神龍、26日12月2014年

1 comment:

Oscar Enrico said...

Ótimo texto/poesia/poema, não sei como julgar porque sou um ignorante. Reflete bem minha posição atual. Parabéns.