Sozinho... frio... solidão que quebra minha alegria diurna, de prazer...
Abraço-me na escuridão num apertar tão apertado que aperta até meu coração, tão forte que choro lágrimas de sangue devido à imensa tristeza que o meu ser causa ao meu eu...
Tenho vergonha de me olhar no espelho... olho-me tantas vezes que meu reflexo se cansou de mim... e tu cansas-te de mim? Tenho tanto medo de perder aqueles que amo e de enlouquecer que enlouqueço de tanta suposição e medo e vergonha e...
Parece que tudo está contra mim, mas no fundo sou eu mesmo que estou contra mim... preguiça, nojo, vergonha, medo, timidez, mentira, falsidade, sou tão falso... minto aos outros para não mentir a mim mesmo, mas no fundo sou eu mesmo que enfeitiço a minha mente e meu coração e minha alma contra mim e contra o mundo... contra todos...
Penso ser forte como forma de me proteger, mas se me protejo dos outros maltrato-me a mim, se protejo os outros de mim maltrato os outros...
Expludo de raiva de tal forma que chovem pedaços do meu eu destroçado, invisivelmente sobre todos à minha volta... pedaços que tornam o toque em algo insensível e o meu toque de demónio é sentido como um toque angélico e divino e quente e bom... mas... eu não sou um anjo, nem santo, nem divino sequer... sou tão demoníaco, tão negro, tão diabólico que me temo a mim mesmo... será que o diabo me teme? Sei que Deus não me fala, mas também não sei se age para mim... até me aperceber disso continuo uma mancha espírita que vagueia no mundo com intenções intimamente más e vis, mas superficialmente lindas e avassaladoras dum jovem aventureiro, amante, conhecedor...
Quebro o silêncio com gritos de dor e desespero... e vejo-me rodeado de esmeraldas ambiciosas, rubis cheios de força e safiras serenas perante a vida... e eu sou apenas um lápis-lazúli baço, opaco, simples, morto, destruído e empastado sobre uma tela inacabada, arruinada desd’o seu início... temo a morte e a loucura, pois desconheço o que há para além delas... preferia manter os gémeos distintos das minhas 24horas bem perto de mim para que me possam acalentar o espírito gelado e refrescar a mente que ferve de raiva de mim... mas e eles? Quererão estar perto de mim? Cansam-se de mim? Ou simplesmente ignoram-me?...
Não espero amor, nem paixão ardente... apenas compreensão, atenção, um sabor que só os lábios de outrem me podem ofertar e um colo para que possa descansar a minha cabeça durante alguns tempos... um século,... um milénio talvez... mas será suficiente?...
...Quando poderei descansar? Mas não estarei já a descansar? Desde quando? Como? Onde? E porquê?...Apenas aguardo o sono que me levará para a terra dos sonhos e fantasias... lá onde posso conhecer o mundo sem pressas, nem compromissos, nem responsabilidades, nem nada que me possa ocupar a mente por muito tempo... apenas satisfazer meus prazeres, alegrias e fantasias que me enchem de felicidade, confiança e sensatez...
Apenas aguardo o sono que me trará paz ao meu espírito e que me acalmará a mente de tudo o que me perturba...
Apenas o sono...
Só isso me fará sentir aquilo que deixei de ser à muito tempo... um ser humano... uma criança inocente sem mentira, sem segredo, sem nada a esconder... apenas a verdade e só a verdade era apresentada e representada por mim então...
Mas o tempo não volta atrás, pelo contrário... ele voa... tão depressa... um pássaro veloz que até hoje nunca ninguém o conseguiu apanhar, mas paradoxalmente já muitos o conseguiram dominar...
Que sou eu?
Que sou eu senão uma sombra que o tempo ultrapassou e abandonou...
Estou no meu canto... «fetalmente» sentado à espera do nada enquanto as lágrimas traçam longas caminhadas na minha face sem qualquer motivo, pois não tenho emoções, nem sensações... pelo menos não minhas... não minhas...
Sinto que o meu coração entra em colapso... entra numa tempestade eterna de sentimentos que mistura troços da minha história mal contada e inacabada...
Mas que digo eu? Eu não sinto, eu não consigo sentir o que quer que seja... sou uma estátua num jardim de dédalo, aquela que ninguém reparou ao entrar... cheia de musgo e pássaros a cobrir-lhe o corpo arruinado, aquela que viu tudo e todos, mas que nada nem ninguém observa por ser tão... monótona, calma tranquila, aborrecida, pachorrenta... enfim sem qualquer interesse... ainda que no passado brilhasse de esplendor e alegria, o presente fez dela o invisivelmente visível, para que no futuro caia certamente no esquecimento definitivo...O prisma de íris da minha vida foi quebrado para sempre... e ao que parece nada consegue repará-lo... só resta mesmo a escuridão onde me posso esconder e acalmar...
e adormecer por fim...
pois apenas aguardo o sono que me faz sentir humano...
apenas...o......sono......
Didacus, 28 de Março 2006
Nota:
Este texto já foi escrito (como podem ver) há algum tempo, por isso se encontrarem linhas de pensamento um tanto ou quanto infantis, não se admirem, ok? até porque, embora eu mude imenso (em todos os níveis, incluindo na maneira d pensar) de ano p'ra ano, há coisas que se mantêm... e eu acho k este cariz teen k a minha escrita tem é a prova disso... tenho de ver se leio mais, p'ra expandir mais os meus horizontes e ganhar mais influências^^
AH, outra coisa... este texto fala da coisa que eu mais venero nesta vida, neste mundo, e é o DORMIR^^ a seguir ao COMER obviamente XD XD XD XD
porque é a única oportunidade real ,durante cada 24horas, d ser o que todos querem ser... feliz^^
enfim... enjoy the thing^^
Tuesday, May 8, 2007
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2 comments:
Queres um abracinho? ;)
Woooooooooow.... deste eu gostei... tao negro, tao desesperado, tao... whatever!!! Mim liked it! hum hum hum hum
Mto... retratista! tem mais a ver cmg do k ctg mas tá-se! Ta negro, desesperado, suicida e perfeito!
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