Sunday, April 8, 2007

Retrato do Amor/O Claustro

Desenho-te a face com ternura
Pois teus traços são delicados
Desenho-te o cabelo fluido e quente
De uma terna frescura
Fixando-te atentamente

Desenho-te o pescoço
Forte e gracioso
Bonito e bom de se tocar
Dando até vontade de o beijar
E dou por mim a acariciar o papel

Desenho-te a boca
De linhas suaves e lindas
Que anseiam, desejam e suplicam
Beijos divinos e de gente louca
Capaz de amar durante mil e uma noites

Miro teus olhos de cristal
Mais brilhantes que diamantes
E no papel desenho-te a alma
Em pormenores poucos, mas clarividentes
Que apesar de gelados, deixam-me quente

Tento, ao desenhar-te,
Prender teu corpo e alma no papel
Essas virtudes e vícios
De um magno sabor a mel
Que enclausuraram a minha alma…
Para sempre…
Nesses teus espelhos colossais
Que tanto quis prender ao retratar…

Didacus, 4 de Abril 2007

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